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    Integração de refugiados muçulmanos no Paraná acaba em casamentos

    MAURI KÖNIG
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
    NO PARANÁ

    20/09/2015 02h01

    As dificuldades de integração dos novos imigrantes começam pelo idioma, passam pelos diferentes hábitos culturais e chegam à desconfiança a uma religião da qual pouco se conhece. Mas apesar do ceticismo com que é visto, o islamismo cresce sem tropeços em pequenas cidades do Paraná. E tem gerado casamentos.

    Formado em Jurisprudência Islâmica pela Universidade de Medina, na Arábia Saudita, o moçambicano Cubilas chegou ao Brasil em 2009, trazido pelo Centro de Divulgação do Islã na América Latina (Cdial). Sheik da mesquita em Dois Vizinhos desde maio de 2012, ele passou antes por São Paulo, Uberlândia (MG), Fortaleza (CE).

    "Desde que cheguei ao Brasil não sofri nenhum tipo de restrição. É fácil se integrar", diz Cubilas. Depois de três anos no país, o xeque se casou com a mineira Solange dos Reis Souza Pereira, que mudou seu nome para Fauzia Ibraimo após converter-se ao islamismo.

    Mauri König/Folhapress
    Mohammad Arabi Sheiban, 27 anos, casou-se com uma brasileira no último dia 11
    Mohammad Arabi Sheiban, 27 anos, casou-se com uma brasileira no último dia 11

    Supervisor do abate halal na Copagril em Marechal Cândido Rondon, o paquistanês Muhammad Imran se casou com uma brasileira quando trabalhava em Triunfo (RS). Ela se converteu ao islã. O casal tem uma filha de 1 ano e outra de 3 anos e 8 meses.

    Imran acredita que a integração é mais fácil para os imigrantes jovens. "Dois meses trabalhando com os brasileiros, eles já começam a aprender coisas básicas", diz. "Os jovens têm os amigos com quem saem no fim de semana, eles conseguem fazer amizades mais fácil, têm mais ânimo pra aprender", diz.

    Imran tem razão. Um dos funcionários dele, o sírio Mohammad Arabi Sheiban, 27, se casou com uma brasileira no último dia 11. Sheiban conheceu Angélica no local de trabalho, no frigorífico da Copagril. No início, os irmãos dela reprovavam o namoro porque ele era muçulmano.

    "Depois eles viram que tudo era normal, que não tinha nada pra se preocupar", diz Sheiban. Hoje, diz ele, os cunhados são grandes amigos e apoiaram o casamento. Quanto à religião, ele não se importa se a mulher quiser continuar sendo cristã. O casal planeja ter filhos.

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