Antes de iniciar uma viagem de nove dias a Cuba e EUA, o papa Francisco garantiu que fará todo o possível para "construir pontes" entre Washington e Havana a fim de restabelecer a "amizade" entre os dois países.

"Farei o possível para construir pontes, ou desbloquear, para que a comunicação dê lugar à amizade", disse o pontífice durante uma teleconferência gravada com jovens cubanos e americanos e transmitida na noite de sexta-feira (18) pela emissora "CNN" em espanhol.

A previsão era de que o pontífice argentino, que embarcou em Roma às 5h30 (horário de Brasília), chegasse à capital cubana às 17 horas deste sábado (19).

Editoria de Arte/Folhapress

O papa Francisco foi um dos principais mediadores do diálogo entre EUA e Cuba, que anunciaram em dezembro do ano passado o restabelecimento de relações diplomáticas após mais de meio século de ruptura.

Durante a videoconferência, o papa respondeu a diferentes perguntas que os estudantes fizeram em Havana e Nova York no marco da iniciativa Scholas, que procura unir a juventude através dos esportes, as artes e a tecnologia.

Ao ser questionado por um estudante cubano sobre um exemplo de liderança, Francisco respondeu que "um bom líder é aquele que é capaz de gerar outros líderes. Se um líder quer sustentar a liderança, é um tirano", afirmou o papa segundo um comunicado da emissora.

O pontífice acrescentou, segundo a nota, que "os líderes de hoje em dia não estarão amanhã. Se não semeiam a semente da liderança a outros, não têm valor. São ditadores".

Francisco será o terceiro papa a visitar Cuba, onde deve reunir-se com o ditador cubano, Raúl Castro.

Após sua visita de quatro dias à ilha, o papa viajará aos EUA, onde se reunirá com o presidente americano, Barack Obama.

O pontífice também discursará no Congresso americano, em Washington, e na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.