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    Papa Francisco adverte contra a ambição pessoal e o individualismo

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/09/2015 09h18

    Neste domingo (20), o papa Francisco realiza missa campal na praça da Revolução, em Havana. A capital cubana é a primeira parada da viagem do pontífice à Cuba e aos Estados Unidos.

    Em sua homilia, o papa argentino não abordou diretamente a situação política na ilha, nem as relações com os Estados Unidos.

    Francisco disse que os cristãos cubanos devem "servir" aos mais frágeis na sociedade e "não servir-se". O papa também defendeu a rejeição de qualquer ideologia no serviço aos demais e alertou para os perigos de poder e ideologia quando os outros são excluídos.

    O pontífice advertiu contra a ambição pessoal e o individualismo em uma época de transição econômica e política: "O cristão é convidado sempre a deixar de lado suas buscas, afãs, desejos de onipotência ante o olhar concreto aos mais frágeis".

    Por meio das tarefas a assumir como "cidadão", "servir significa, em grande parte, cuidar da fragilidade. Cuidar dos frágeis de nossas famílias, de nossa sociedade, de nosso povo", disse.

    Francisco também prestou homenagem a "um povo que tem gosto pela festa, pela amizade, pelas coisas belas".

    O pontífice chegou à praça da Revolução abordo do papamóvel às 8h25 (9h25 de Brasília) e foi recebido por milhares de pessoas que o aguardavam desde a madrugada.

    "Ver o papa é uma grande emoção, única, exclusiva. Esperamos com a chegada de Sua Santidade mudanças espirituais", afirmou Sandro García, 39, funcionário da secretaria de restauração urbana de Havana.

    "Francisco veio para abençoar esta nova união entre Cuba e os Estados Unidos ", disse Enrique Mesa, 32, que trabalha com turismo.

    No altar montado para a ocasião foi colocada uma estátua de Cristo com os braços abertos e uma imagem da Virgem da Caridade, padroeira de Cuba.

    Antes do início na missa, seguranças detiveram ao menos três pessoas que pareciam estar tentando distribuir folhetos na praça da Revolução. Os funcionários os arrastaram para longe e deixaram os folhetos ao redor da praça. Não ficou claro sobre o que se tratava o protesto. Os três usavam camisetas brancas e estavam gritando antes de serem abordados.

    Depois do culto, Francisco irá se reunir com membros do governo cubano no Palácio da Revolução e com jovens em Havana.

    O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirma que também poderá haver neste domingo (20) o encontro entre Francisco e o líder cubano Fidel Castro.

    Editoria de Arte/Folhapress
    PAPA VIAJA A CUBA E AOS EUAFrancisco mediou retomada das relações entre países

    No sábado (19), após sua chegada à Havana, o papa Francisco pediu ao ditador de Cuba, Raúl Castro, que mantenha o esforço para retomar as relações diplomáticas com os Estados Unidos.

    "Peço ânimo aos presidentes para que continuem a dialogar para manter a paz. O mundo precisa de reconciliação em meio a esta Terceira Guerra Mundial em etapas que estamos vivendo."

    Antes do discurso de Francisco, Raúl Castro agradeceu a mediação do papa e voltou a pedir o fim do embargo econômico imposto pelos EUA. "O bloqueio, que provoca danos humanos e privações às famílias cubanas, é cruel, imoral e ilegal."

    O pontífice também irá a Holguín e Santiago, de onde partirá na terça (22) rumo aos EUA. Dentre os compromissos de sua agenda em território americano, está a reunião com o presidente Barack Obama, discursos no Congresso e na Assembleia-Geral da ONU e o Encontro Mundial das Famílias, na Filadélfia.

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