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    Brasil mostra insatisfação com nome escolhido por Israel para embaixador

    NATUZA NERY
    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    20/09/2015 15h54

    O Palácio do Planalto indicou a autoridades de Israel não estar satisfeito com a escolha de Israel para o comando da embaixada no Brasil.

    O nome de Dani Dayan foi anunciado no mês passado pelo Twitter primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e foi vista com ressalvas pelo governo brasileiro.

    Segundo a Folha apurou, o anúncio do novo embaixador não foi seguido do pedido formal de agrément ao Brasil. No jargão diplomático, o documento significa o aval do país que irá receber o chefe do posto.

    O Planalto e o Ministério de Relações Exteriores ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso.

    Rina Castelnuovo/The New York Times
    Dani Dayan, no assentamento de Eli, em 2012; ele foi apontado como o próximo embaixador no Brasil
    Dani Dayan, no assentamento de Eli, em 2012; ele foi apontado como o próximo embaixador no Brasil

    O argentino naturalizado israelense é uma das principais lideranças de colonos israelenses na Cisjordânia e tem posição contrária à criação de um Estado palestino.

    Desde então, em consultas informais, o governo brasileiro indicou a israelenses que o nome de Dayan não era visto com bons olhos: a opinião do israelense é oposta à defesa do Brasil de um Estado palestino independente.

    Duas semanas após o anúncio do novo embaixador, desembarcou no Brasil o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Alon Ushpiz.

    Em Brasília, o número 2 da pasta teve encontros com ministros e autoridades do Executivo -entre elas o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.

    A insatisfação do Brasil não deve causar um incidente diplomático com Israel, mas é um novo episódio de desentendimento entre os países.

    Em julho do ano passado, o Brasil chamou de "desproporcional" o uso da força por Israel contra Gaza, e não fez referência às agressões de palestinos contra israelenses. Em resposta à crítica, o então porta-voz da Chancelaria de Israel, Yigal Palmor, chamou o país de "anão diplomático".

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