Rússia e Israel concordaram em estabelecer uma coordenação militar de alto nível com o objetivo de evitar um confronto sobre os céus da Síria onde as Forças Aéreas dos dois países operam.

A informação foi confirmada nesta segunda (21) pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, após o encontro que manteve em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin. Netanyahu viajou com uma agenda destinada a discutir o envolvimento militar cada vez maior da Rússia no conflito sírio.

	Ivan Sekretarev/AFP
	O presidente Vladimir Putin (à direita) em encontro com o premiê Binyamin Netanyahu na Rússia

Segundo confirmam fontes da Inteligência militar israelense, os dois líderes discutiram três pontos-chave: a Rússia não deve fornecer armamentos avançados à milícia libanesa Hizbullah, aliada do Irã; deve impedir que esse grupo realize ataques contra as colinas do Golã (território sírio ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias, 1967) e, muito importante, deve coordenar as operações israelenses e russas no espaço aéreo sírio.

Nesse aspecto, ainda segundo as fontes militares em Jerusalém, as Forças Aéreas da Rússia e de Israel se limitariam a operar em áreas definidas, "com nós voando de dia e eles à noite, ou vice-versa", segundo alta fonte militar israelense.

Netanyahu enfatizou a Putin o perigo que representa a Israel a posse de armas avançadas pelo Hizbullah e outras organizações terroristas. Os temores israelenses foram reforçados pela exposição de fotos obtidas por satélites sobre o teatro de guerra sírio.

Essas fotos mostram os avançados caças-bombardeiros Sukhoi-30 estacionados no aeroporto construído junto ao porto sírio de Latakia.

Simultaneamente, os russos têm trazido para Síria um número considerável de tanques T-90 e blindados. Segundo o governo de Moscou, eles serviriam para proteger o governo em Damasco. No entanto, de acordo com analistas militares israelenses, o equipamento foi trazido para desfechar um poderoso ataque contra as forças da facção Estado Islâmico.

Além disso, os russos estão construindo uma grande base militar que deverá inicialmente abrigar mil homens de suas forças especiais.