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    Na ONU, Dilma exaltará conquistas sociais do Brasil e ajuda a refugiados

    ISABEL FLECK
    DE SÃO PAULO

    22/09/2015 07h00

    Em meio à grave crise interna, a presidente Dilma Rousseff aproveitará a mobilização de todos os Estados-membros da ONU (Organização das Nações Unidas) em torno dos objetivos de desenvolvimento sustentável, para ressaltar conquistas sociais de seu governo em discurso na Assembleia Geral, em Nova York, na próxima segunda (28).

    A abordagem do tema por Dilma no palanque da ONU não é exatamente uma novidade. No discurso do ano passado, ela já havia destacado que 36 milhões de brasileiros tinham deixado a miséria desde 2003. "Vinte e dois milhões somente no meu governo", disse, na ocasião. Em 2013, a cifra do Plano Brasil sem Miséria já havia sido citada.

    Contudo, com a erradicação da pobreza e da fome entre os 17 objetivos que serão adotados na véspera por todos os países que integram o sistema da ONU, o tema ganha mais apelo e permite que o Brasil seja citado como exemplo para os demais signatários.

    A presidente também deverá reforçar no discurso –que abre a reunião anual da Assembleia– o compromisso para reduzir emissões de gases do efeito estufa que o Brasil levará para a Conferência do Clima de Paris, em dezembro. A expectativa é que ela apresente no domingo (27), durante a cúpula sobre objetivos de desenvolvimento sustentável, o pacote de propostas chamado INDC (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida).

    Ainda não está claro, contudo, se o governo estipulará uma meta numérica de redução de emissões em seu pacote.

    Até agora, a presidente tem ressaltado as metas voluntárias assumidas em 2009, com corte de emissões de 36% a 38% até 2020 –em relação a projeções num cenário sem cortes–, e compromissos acertados em declarações bilaterais com os EUA e a Alemanha, como zerar o desmatamento ilegal até 2030.

    REFUGIADOS

    Dilma deverá dedicar boa parte de seu discurso deste ano à crise dos refugiados, destacando, por exemplo, a decisão tomada pelo Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) nesta segunda (21) de prorrogar as regras que flexibilizam o ingresso de sírios no Brasil. Desde setembro de 2013, foram emitidos mais de 7.700 vistos especiais para pessoas fugindo da guerra no país.

    A presidente deve repetir que o Brasil está aberto para acolher refugiados e ressaltar a tradição do Brasil em receber imigrantes.

    É esperado ainda que ela fale sobre a necessidade de uma resposta urgente da comunidade internacional, em especial da ONU, à tragédia humanitária envolvendo as centenas de milhares de refugiados que se arriscam no Mediterrâneo para tentar chegar à Europa.

    Como é de praxe, a presidente defenderá mais uma vez a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU, para que se torne mais representativo.

    O Brasil, que almeja uma vaga permanente no Conselho, lidera com a Alemanha, o Japão e a Índia as discussões sobre a ampliação do organismo. O aniversário de 70 anos da ONU, celebrado neste ano, é colocado como uma "ocasião propícia" para fazer avançar o tema.

    A preparação do Brasil para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, também estará presente no discurso.

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