Depois de anunciar o acolhimento de 120 mil refugiados, a União Europeia planeja criar um fundo de pelo menos € 2 bilhões (R$ 9 bilhões) para ajudar os países que fazem fronteira com a Síria.

Esta foi uma das propostas discutidas nesta quarta-feira (23) na reunião de dirigentes da União Europeia, em Bruxelas. Até a conclusão desta edição, não foi anunciado o valor exato da ajuda.

Deste total, metade da verba será enviada diretamente à Turquia. Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), o país abriga 1,9 milhão dos 4,1 milhões de pessoas que fugiram da Síria por causa da guerra civil.

	Editoria de arte/Folhapress

O restante será entregue ao fundo do Acnur para gerenciar a crise. Com isso, os recursos deverão ser distribuídos também para Líbano, Jordânia, Iraque e Egito.

País de passagem na rota entre a Turquia e o norte da Europa, a Sérvia também deverá receber recursos. Os líderes ainda deverão reforçar a verba para ações nas fronteiras marítimas e terrestres.

O financiamento para os campos de refugiados tem como principal defensora a chanceler alemã, Angela Merkel. Antes da cúpula, ela pediu consenso aos colegas.

"Diante de um desafio tão grande, não é possível que a Europa não seja capaz de lidar com ele. Seria um erro."

COTAS

A reunião começou com as autoridades dos 28 países divididas sobre as cotas de refugiados. Contrários à medida, Eslováquia e Hungria disseram que não pretendem receber nenhum refugiado.

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, ameaçou levar o caso ao Tribunal de Justiça da União Europeia. Outros países contrários, Romênia e República Tcheca, dizem que vão acatar a decisão.

O presidente da França, François Hollande, criticou os países contrários. "Aqueles que não têm nossos valores precisam começar a se perguntar sobre seu lugar na UE."