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    Na ONU, papa defende ambiente e reforma do Conselho de Segurança

    DE SÃO PAULO
    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    25/09/2015 11h19

    Em discurso antes da abertura da agenda de desenvolvimento sustentável da ONU, nesta sexta-feira (25), o papa Francisco criticou a a "destruição" do ambiente, a "cultura do descarte" e o defendeu a reforma do Conselho de Segurança.

    "O abuso e a destruição do ambiente são acompanhados da exclusão", observou, e "os pobres são os que mais sofrem". O pontífice criticou "o afã egoísta e desenfreado por poder e bem-estar material", que priva humanos do conhecimento e de recursos.

    "Os excluídos são descartados pela sociedade e, ao mesmo tempo, obrigados a viver as consequências do abuso do ambiente", disse o pontífice argentino em espanhol, sua língua nativa.

    O papa endossou o principal pleito do Brasil na ONU, o da reforma do Conselho de Segurança, argumentando ser necessária a modernização de instrumentos para que se mantenham eficazes.

    Isso ajudaria a "limitar o abuso e a usura" de países desenvolvidos sobre outros e a conteria a "submissão asfixiante aos sistema creditício de organismos financeiros internacionais".

    A presidente Dilma Rousseff assistiu à fala do pontífice. Na sequência, começa a abertura da chamada Agenda Pós-2015, que estipula 17 objetivos para os próximos 15 anos, entre eles a redução das desigualdades e o combate à fome.

    Dilma discursará no domingo (27) na conferência de sustentabilidade e fará a abertura da Assembleia Geral na segunda-feira (28).

    Cerca de 150 chefes de Estados assistiram ao papa. O secretário-geral, Ban Ki-moon, ao introduzir a fala de Francisco agradeceu Sua Santidade, "por fazer história". Elogiou a capacidade de Francisco defender os pobres e esquecidos e de dialogar com os jovens e "fazer selfies".

    Antes do pronunciamento, o chefe da Igreja Católica encontrou Ban Ki-moon e assinou seu livro de visitas. É a quinta vez que um papa visita a ONU.

    Em um breve discurso dirigido a 400 funcionários da ONU, Francisco agradeceu seus interlocutores por tornarem possível "muitas das iniciativas diplomáticas, culturais, econômicas e políticas" da instituição.

    "Eu abençoo vocês, vou rezar por vocês e suas famílias. Peço que rezem por mim e, caso vocês não creiam [em Deus], peço que me queiram bem", disse o papa, em inglês, sob aplausos e risos da plateia.

    Pouco antes da chegada do papa, foi hasteada pela primeira vez a bandeira do Vaticano diante da sede da organização sem cerimônias.

    A Assembleia Geral aprovou recentemente que fossem içadas as bandeiras dos dois Estados observadores da ONU, Vaticano e Palestina, ao lado das flâmulas dos 193 Estados membros.

    AGENDA

    Após seu discurso na ONU, Francisco se encontrou com familiares das vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001 e fez um culto ecumênico no memorial construído no local onde caíram as duas Torres Gêmeas, atacadas por terroristas da Al Qaeda.

    Depois, o papa se reuniu com estudantes e imigrantes em uma escola no bairro latino Harlem. Mais tarde, fará uma procissão no Central Park e deverá falar a uma audiência de 18 mil pessoas em uma missa em Madison Square Garden.

    Nesta quinta-feira, Francisco se tornou o primeiro papa a discursar no Congresso americano. Na ocasião, ele pediu a abolição da pena de morte, condenou o fundamentalismo religioso e defendeu os imigrantes.

    O papa encerra sua visita aos EUA no domingo, quando retorna ao Vaticano.

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