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    Dilma critica papel da ONU na luta contra EI e pede reforma de conselho

    MARINA DIAS
    MARCELO NINIO
    ENVIADOS ESPECIAIS A NOVA YORK
    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    28/09/2015 13h02

    Em seu discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU, nesta segunda-feira (28), a presidente Dilma Rousseff criticou a inabilidade da ONU para enfrentar o Estado Islâmico e a crise de refugiados para justificar a necessidade de ampliação do Conselho de Segurança.

    "A multiplicação de conflitos regionais, alguns com alto potencial destrutivo, assim como a expansão do terrorismo que mata homens, mulheres e crianças, destrói patrimônio da humanidade e expulsa de suas comunidades seculares milhões de pessoas mostram que a ONU está diante de um grande desafio", declarou.

    O principal pleito do Brasil na ONU é obter assento permanente no Conselho de Segurança, órgão com poder de decidir sobre intervenções armadas.

    Com Alemanha, Índia e Japão, o Brasil compõe o G4, que defende a ampliação dos membros permanentes do conselho, que são, atualmente, EUA, Reino Unido, China, Rússia e França.

    Dilma considerou que a ONU não conseguiu "o mesmo êxito" obtido na área da sustentabilidade, por exemplo, na questão da segurança coletiva, "que esteve na origem da organização e no centro de suas preocupações".

    "Não se pode ter complacência com tais atos de barbárie, como aqueles perpetrados pelo chamado Estado Islâmico e por outros grupos associados. Esse quadro explica, em boa medida, a crise dos refugiados pela qual passa atualmente a humanidade", afirmou.

    APLAUSOS

    Em entrevista a jornalistas, na véspera do discurso, no domingo (27), a presidente se confundiu e usou o nome da facção terrorista EI no plural. Ela afirmou que a crise de refugiados "tira da caixa de pandora Estados Islâmicos que recrutam crianças, matam homens e mulheres e destroem patrimônio da humanidade".

    A presidente foi aplaudida ao reiterar que o Brasil está aberto a receber refugiados. "Recebemos sírios, haitianos, homens e mulheres de todo o mundo, assim como abrigamos, há mais de um século, milhões de europeus, árabes e asiáticos", mencionou.

    A audiência, composta por chefes de Estados e diplomatas dos 193 países-membros, também manifestou-se quando Dilma defendeu a criação de um Estado palestino "que conviva pacífica e harmonicamente com Israel". Ela disse que "não é tolerável a expansão de assentamentos nos territórios ocupados".

    Em outra passagem, foi aplaudida ao defender o fim do embargo americano a Cuba. Segundo a presidente, a América Latina "se regozija" com o restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, gesto "que põe fim a um contencioso derivado da Guerra Fria. Esperamos que esse processo venha a completar-se com o fim do embargo que pesa sobre Cuba".

    Ao discursar sobre a situação política interna do país, a presidente admitiu que o ciclo de crescimento do país "chegou ao limite" e que tanto o governo quanto o povo brasileiro "não toleram corrupção".

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