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    É um erro não ajudar regime sírio a combater Estado Islâmico, diz Putin

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    28/09/2015 14h03

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu nesta segunda-feira (28) a ajuda ao regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, como uma forma de controlar o avanço do Estado Islâmico pelos países do Oriente Médio.

    Os russos são os principais aliados de Assad e impediram qualquer punição mais dura ao ditador sírio desde o início da guerra civil, em 2011. Nas últimas semanas, Moscou tem enviado reforço militar para ajudar o regime.

    Mike Segar/Reuters
    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, faz seu discurso na Assembleia-Geral da ONU nesta segunda
    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, faz seu discurso na Assembleia-Geral da ONU nesta segunda

    Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Putin disse que é um "erro enorme" não cooperar com Assad e que o regime e suas milícias são os únicos a combater de verdade a expansão da milícia radical na Síria.

    "Nós devemos finalmente reconhecer que ninguém exceto Assad e suas milícias estão enfrentando de verdade o Estado Islâmico. A solução é restaurar o poder estatal na Síria. Não há outra alternativa", defendeu.

    O líder incluiu o envio de armas a Damasco como uma das ações da Rússia contra o terrorismo. Para ele, é necessário fazer uma ampla coalizão contra o terrorismo, chefiada pelos países do Oriente Médio.

    "Seria parecida com aquela contra Hitler na Segunda Guerra Mundial. Se conseguirmos isso não precisaremos mais de campos de refugiados. Temos uma grande e trágica imigração. É uma dura lição para todos nós, incluindo a Europa."

    Putin falou minutos depois do presidente americano, Barack Obama, que chamou Assad de tirano. Obama, no entanto, defendeu as discussões com a Rússia e com o Irã para buscar uma solução ao conflito.

    A guerra civil na Síria deverá ser o principal assunto do encontro bilateral entre o russo e o americano na tarde desta segunda. Putin ainda deverá encontrar o ditador cubano, Raúl Castro, e o presidente do Irã, Hasan Rowhani.

    UCRÂNIA

    Depois de criticar o papel das potências ocidentais no combate ao Estado Islâmico, ele reclamou da expansão da Otan e da lógica do confronto que levou à crise política e ao conflito armado na Ucrânia.

    Para Putin, a derrubada de seu aliado Viktor Yanukovich, em fevereiro de 2014, foi "um golpe militar coordenado de fora da Ucrânia, que levou a uma guerra fria", em uma crítica indireta aos Estados Unidos.

    "A integridade territorial da Ucrânia não pode ser garantida com ameaça e a força das armas. Precisamos considerar verdadeiramente os interesses e os direitos das pessoas do leste do país e respeitar sua eleição."

    O líder afirmou que, depois da Guerra Fria, "um centro único de dominação emergiu no mundo, o qual decidiu que não deveria contar com a ONU" e considerou que estas tentativas de minar o órgão são "extremamente perigosas".

    Por fim, criticou as sanções econômicas aplicadas por europeus e americanos contra o país, a que chamou de resultado de "um crescente egoísmo econômico". Durante o discurso de Putin, a delegação ucraniana deixou o plenário da Assembleia-Geral da ONU.

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