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    Netanyahu rebate líder palestino e critica ONU por 'insultar' Israel

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    01/10/2015 14h56

    Em discurso na Assembleia-Geral nesta quinta-feira (1), o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, reafirmou a posição de "negociar sem as precondições" estabelecidas pela Autoridade Nacional Palestina e criticou a ONU por "insultar" o país que procura defender seus membros da guerra.

    Na véspera, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, também na ONU, declarou o fim do compromisso com os acordos de Oslo (1993), cujo objetivo era a formação de um Estado palestino.

    Em uma aparição teatral, Netanyahu pôs os óculos para ver quem estava na plateia, fez um minuto de silêncio para criticar a isenção da comunidade internacional quanto aos perigos que, segundo ele, o acordo nuclear com o Irã representa e quebrou o protocolo ao abandonar o pódio sem cumprimentar as autoridades.

    O israelense usou cerca de dois terços de sua fala para criticar o acordo, que prevê inspeções da comunidade internacional em troca da retirada de sanções.

    E dedicou o trecho final para rebater a fala de Abbas, que condiciona as negociações à soltura de prisioneiros palestinos, à suspensão de construção de assentamentos na Cisjordânia e ao uso dos parâmetros territoriais anteriores à Guerra dos Seis Dias (1967).

    "Espero que ele mude de ideia, porque continuo comprometido com a coexistência de dois Estados e dois povos, em que um Estado palestino desmilitarizado reconheça o Estado judaico", discursou Netanyahu.

    O premiê cobrou da ONU apoio "direto e incondicionalmente" às tratativas. "A ONU não vai ajudar tentando impôr soluções ou incentivando a rejeição palestina. A ONU deveria fazer algo a mais. Deveria, finalmente, parar com os obsessivos insultos a Israel."

    "Um exemplo dessa obsessão", apontou, "é este: em mais de quatro anos de violência na Síria, mais de 250 mil pessoas perderam a vida —mais de dez vezes o número de palestinos e israelenses que perderam vidas em um século de conflitos. Mas, no ano passado, esta mesma Assembleia adotou 20 resoluções contra Israel e uma contra a selvagem Síria. Me fale de injustiça,. Me fale de desproporcionalidade".

    O israelense exortou o vínculo com o seu "principal aliado", os Estados Unidos, poucos meses depois de criticá-lo por cometer um "erro histórico" ao fechar o acordo com Teerã.

    Em novembro, Netanyahu se encontrará com o presidente Barack Obama na Casa Branca e quer evitar um isolamento internacional, diante do apoio de grandes potências ao acordo com o Irã.

    O premiê enumerou ações militares de Teerã no Oriente Médio, que têm repercussão "neste hemisfério também": "Se o Irã fez isso tudo só nos últimos seis meses, enquanto tentava convencer o mundo a remover as sanções, imagine o que fará agora que elas já foram removidas", afirmou.

    O israelense citou um antigo pronunciamento que fez na ONU para dizer que "à época, como agora" o organismo é "hostil" com Israel.

    "Terminei aquele discurso pedindo: 'Senhores, deixem o seu fanatismo na porta. Mais de três décadas depois, como premiê de Israel, tenho de novo o privilégio de falar deste pódio sempre com a responsabilidade de dizer a verdade. Então, depois de três dias ouvindo líderes mundiais elogiarem o acordo com o Irã, senhoras e senhoras, peço que deixem o seu entusiasmo na porta."

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