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    Chanceler sírio defende ataques aéreos da Rússia e diz que operação é 'eficaz"

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    02/10/2015 14h48

    Em discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira (2), o chanceler sírio Walid Al-Moualem endossou a versão da Rússia e afirmou que os ataques aéreos empreendidos há três dias pelo seu principal aliado foram solicitados pelo ditador Bashar al-Assad para combater terroristas, segundo ele, treinados e patrocinados por potências ocidentais.

    Al-Moualem considerou a operação conjunta um "exemplo de colaboração eficaz". "Ataques aéreos são inúteis a menos que sejam conduzidos em cooperação com o Exército sírio, a única força no país que está combatendo o terrorismo, apesar do alto preço pago com vidas", afirmou.

    Mike Segar/Reuters
    O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, discursa para a Assembleia-Geral da ONU
    O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid al-Moualem, em discurso na Assembleia-Geral da ONU

    O Exército já perdeu metade de seu efetivo, originalmente formado por 300 mil homens, seja por mortes, mutilações ou insubordinação.

    O chanceler acusou "países desenvolvidos bem conhecidos" de tentar desrespeitar a soberania da Síria, em referência à defesa reiterada do presidente americano Barack Obama da deposição de Assad.

    Al-Moualem disse que a proposta do presidente russo Vladimir Putin para a formação de uma grande aliança internacional é "importante" e desqualificou a coalizão liderada pelos EUA, formada por monarquias árabes e Turquia, entre outras nações.

    Veja vídeo

    CRÍTICAS AO CONSELHO DE SEGURANÇA

    O chanceler criticou a atuação do Conselho de Segurança da ONU por não ter "tirado do papel" resoluções para o fim do conflito, que já deixou 250 mil mortos em quatro anos.

    "Por que todo esse silêncio?", protestou.

    Apesar das críticas, o sírio disse que o país aceitará participar de uma reunião para tentar encontrar soluções sugerida pelo enviado especial da ONU, Staffan de Mistura.

    "Ainda acreditamos no diálogo, na solução política, na melhora das instituições."

    Al-Moualem voltou a dizer, como em seu discurso em 2014, que o terrorismo não reconhece fronteiras e nações europeias e Estados Unidos são alvos de organizações como o Estado Islâmico e a frente al-Nusra, vinculada à Al-Qaeda.

    "Qual é a culpa de pessoas inocentes de seus países que começam a pagar o preço por seus governantes apoiarem o terrorismo?"

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