O ditador sírio Bashar Al-Assad declarou neste domingo (4) que um fracasso da coalizão da Rússia e seus aliados contra os grupos terroristas na Síria pode ser devastador para o Oriente Médio.

Ele também disse que a campanha liderada pelos Estados Unidos com bombardeios aéreos contra o Estado Islâmico só serviu para espalhar o terrorismo.

Em uma entrevista à televisão iraniana Jabar, ao ser questionado sobre as possibilidades de êxito da coalizão russa contra o terrorismo, Assad respondeu: "Precisa triunfar, caso contrário a região inteira será destruída".

Assad também disse que a coalizão entre Rússia, Síria, Irã e Iraque vai alcançar resultados práticos, ao contrário da campanha internacional liderada pelos EUA, que, segundo ele, apenas causou a expansão da violência.

"As chances de esta aliança ter sucesso são grandes, não pequenas", disse Assad.

Os conflitos na Síria aumentaram após os protestos contra o governo de Assad, no começo de 2011, terem sido impedidos pela força e se tornado violentos.

O ditador também comentou as declarações de opositores internacionais que pediam a sua renúncia como parte da solução para esses conflitos.

"Discussões sobre o sistema político ou governantes na Síria é um assunto interno dos sírios", disse.

As declarações de Assad acontecem dias depois de caças russos terem atacado alvos identificados por Moscou como sendo do Estado Islâmico, mas que opositores de Assad dizem que também terem acertado rebeldes.

	Editoria de arte/Folhapress

NOVOS ATAQUES

Aviões russos realizaram 20 missões na Síria e atingiram dez alvos do Estado Islâmico (EI) nas últimas 24 horas, afirmou o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado neste domingo.

"Como resultado de nossos ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico, temos conseguido perturbar o seu sistema de controle, linhas de fornecimento da organização terrorista e também causado danos significativos à infraestrutura utilizada para preparar atos de terror", disse o ministério.

Ainda segundo as autoridades russas, os bombardeios aconteceram nas províncias de Idilib e Raqqa, destruindo um centro de treinamento de terroristas e uma fábrica de cintos-bomba. Também atingiram três depósitos de munição e quatro centros de comando do Estado Islâmico.

A Rússia disse que vai intensificar os ataques aéreos na Síria, ampliando a intervenção militar que começou na quarta-feira (30) para enfraquecer os militantes do Estado Islâmico, mas que potências ocidentais dizem que tem como objetivo apoiar o presidente Bashar al-Assad.