Em meio à campanha presidencial mais disputada dos últimos 13 anos da Argentina, o candidato governista, Daniel Scioli, arranjou um tempinho para concluir sua monografia e, com isso, obter o diploma de graduação em marketing.

Ele publicou uma foto em uma rede social nesta segunda (5) em frente a um quadro onde escreveu: "Pai: tese [nota] 7. Missão cumprida!" e sua assinatura.

	Reprodução/Twitter/Danielscioli
	Foto publicada pelo candidato Daniel Scioli (à esq) em rede social após se formar com os dizeres "Papai, tese [nota] 7. Missão cumprida"

O político havia começado a faculdade na Universidade de Comércio Carlos Pelegrini, nos anos 70, mas abandonou. "Devendo" nove matérias, decidiu voltar aos bancos escolares neste ano, na faculdade privada UADE (Universidade Argentina da Empresa).

Em entrevista concedida quando retornou à universidade, Scioli disse que devia o diploma ao pai, morto em 2002.

"Foi um ato de vontade, porque imaginem que sou governador, candidato a presidente, jogo no campeonato de futsal (risos)... e ainda encontrar tempo para estudar? Bom, queria começar e não parar, esse era meu objetivo", disse o candidato nesta segunda (5).

Filho de empresário, Scioli começou a trabalhar com o pai, ainda jovem, na rede de eletrodomésticos que levava o sobrenome da família. Depois, foi representante da marca Eletrolux na Argentina, negócio do qual se desfez em 1998, um ano após entrar para a política.

"Nas horas livres, que são muito poucas, pude ler e estudar. Me facilitou a experiência prática, a carreira política, ter nascido em um meio de empresários", disse. "Pude expor em cada um dos exames essa minha experiência".

Os assessores de Scioli dizem que, apesar dos compromissos de campanha, ele trabalhou nos últimos dias na monografia, de 50 páginas. Intitulado "A inserção de uma empresa no comércio exterior", o texto aborda o caso da empresa de louças Durax.

Para cumprir todas as obrigações acadêmicas, que não exigiam a presença do candidato e, sim, provas práticas e teóricas, Scioli contou com a ajuda de um tutor.

Ele era o único, entre os três principais candidatos à presidência que competem na eleição do próximo dia 25, a não ter diploma de ensino superior.

Mauricio Macri, da coligação Cambiemos (Mudemos) é engenheiro, e Sergio Massa, da UNA (Unidos por uma Nova Argentina), se formou em direito 2013, pouco antes de se eleger deputado federal.