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    Secretário de Defesa admite erro dos EUA em bombardeio a hospital afegão

    DA REUTERS
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    06/10/2015 18h05

    O secretário de Defesa, Ash Carter, admitiu a culpa dos dos EUA pelo ataque aéreo que atingiu um hospital na cidade afegã de Kunduz e afirmou que "lamenta profundamente" as mortes.

    "As Forças Armadas dos EUA tomam o maior cuidado em nossas operações para impedir a perda de vidas inocentes, e quando cometemos erros, nós os admitimos. É exatamente o que estamos fazendo agora", disse Carter, que está na Europa, em comunicado nesta terça (6).

    No sábado (2), um hospital afegão gerenciado pela organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi atingido por um ataque aéreo que matou 22 pessoas. Autoridades do MSF pediram uma investigação independente sobre o incidente, que classificaram como um "crime de guerra".

    O general John Campbell, líder militar dos EUA no Afeganistão, repetiu nesta terça que as forças norte-americanas responderam a um pedido de militares afegãos e providenciaram suporte aéreo para as forças daquele país que estavam em conflito com militantes do Taleban em Kunduz, capital da província que foi capturada no mês passado pelos extremistas.

    Yin Bogu/Xinhua
    (151007) -- WASHINGTON D.C., Oct. 7, 2015 (Xinhua) -- Commander of U.S. forces in Afghanistan John Campbell arrives for a Senate Armed Services Committee hearing on Capitol Hill in Washington D.C., the United States, Oct. 6, 2015. Campbell acknowledged on Tuesday a U.S. airstrike "mistakenly" struck a hospital in Kunduz, Afghanistan on Saturday that killed 22 civilians. (Xinhua/Yin Bogu) (zjy)
    General John Campbell chega ao Capitólio para se apresentar a comissão do Senado

    "Para ser claro, a decisão de fornecer fogo aéreo foi uma decisão norte-americana tomada dentro da cadeia de comando norte-americana", disse Campbell em depoimento na Comissão de Serviços Armados do Senado.

    Ele acrescentou que forças especiais dos EUA nas proximidades estavam se comunicando com a aeronave que fez os disparos. "Um hospital foi atingido por engano. Nunca iríamos atingir intencionalmente um local médico protegido."

    Os comentários de Campbell foram o reconhecimento mais direto feito até o momento pelo governo dos EUA de que o ataque ao hospital foi realizado por forças norte-americanas. Em um comunicado na segunda-feira, Campbell havia dito que as forças dos EUA tinham respondido a um pedido de apoio das forças afegãs.

    O presidente norte-americano, Barack Obama, espera que medidas sejam tomadas para evitar que tal incidente se repita, afirmou o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest nesta terça-feira.

    Campbell disse que direcionou forças sob seu comando para iniciar um treinamento para revisar autoridades operacionais e regras para prevenir incidentes futuros como o de Kunduz.

    REVISÃO

    O general Campbell também deixou claro que defende uma reavaliação de um plano para retirar quase todas as tropas norte-americanas até o final de 2016.

    Os planos da administração Obama eram reduzir o contingente de militares americanos do país dos 9.800 atuais para cerca de mil.

    Ele disse que ameaças crescentes no Afeganistão vindas do Estado Islâmico e da Al Qaeda estavam entre os fatores colocados em suas recomendações à Casa Branca sobre a quantidade futura de tropas no país.

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