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    Eleições na Colômbia são termômetro sobre acordo entre governo e Farc

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

    18/10/2015 02h00

    Além de escolher governadores, prefeitos e deputados, as eleições regionais na Colômbia, no próximo dia 25, apontarão as chances de implantação eficiente do acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), cuja assinatura está prevista para março.

    Itens importantes da negociação terão de ser concretizados e fiscalizados por autoridades regionais, que terão poder de decisão, por exemplo, sobre verbas federais para reformas de infraestrutura relacionadas ao acordo.

    A paz funciona como propaganda do governo nas regiões em que costuma ter mais apoio –departamentos (Estados) da costa e Bogotá–, mas nas zonas conflagradas a ideia de negociar com a guerrilha não é tão popular.

    "É difícil convencer alguém que vive numa zona muito violenta de que é preciso ceder algo em troca do fim de uma guerra", diz o analista político Maurício Vargas.

    A gestão de Juan Manuel Santos está preocupada com o aumento, nessas áreas, das intenções de voto de candidatos apoiados pelo ex-presidente Álvaro Uribe, que é contrário ao acordo.

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    Nas pesquisas, os uribistas lideram em algumas zonas muito conflituosas, como a Antioquia e o vale do Cauca.

    "Uribe faz campanha pelos seus candidatos pessoalmente e tem muita popularidade, sobretudo onde nasceu e tem seu reduto eleitoral", diz Vargas, referendo-se a Medellín, capital da Antioquia.

    BOGOTÁ

    É na capital, porém, que a disputa está mais acirrada. As pesquisas divergem, mas todas apontam diferenças muito pequenas entre os três primeiros lugares.

    Segundo a mais recente do jornal "El Tiempo", o ex-prefeito e ex-candidato a presidente Enrique Peñalosa lidera com 22%.

    Em segundo, está o candidato preferido de Santos, Rafael Pardo (16%). Em terceiro, embolados, a esquerdista Clara López e o candidato de Uribe, Francisco Santos (que é primo do atual presidente).

    Analistas concordam que o pleito apontará uma tendência para a sucessão de Santos, cujo mandato acaba em 2018 sem nova reeleição.

    Além dos candidatos vinculados a Santos e a Uribe, há uma nova força: o atual vice-presidente, Germán Vargas Lleras, que apoia Peñalosa.

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    "Se Peñalosa vencer, Vargas Lleras se fortalece. Ele tem a virtude de não confrontar diretamente nem Santos nem Uribe e assim ganha a simpatia de ambos os eleitorados", disse à Folha o economista Carlos Álvarez Gallo.

    Na última semana, oposicionistas enviaram uma carta ao presidente Santos pedindo que ele impedisse seu vice de usar inaugurações oficiais do governo para fazer campanha eleitoral para seus candidatos regionais.

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