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    Venezuela recusa pedido de comissão de direitos humanos para visitar o país

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    19/10/2015 21h44

    A Venezuela nesta segunda-feira (19) voltou a recusar pedido feito pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para visitar o país e acusou o organismo de parcialidade.

    O embate ocorreu em Washington, onde fica a sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), à qual está vinculada a CIDH.

    Daniel Cima/Efe
    O representante da Venezuela na OEA, Germán Saltrón, recusa pedido de comissão para visitar país
    O representante da Venezuela na OEA, Germán Saltrón, recusa pedido de comissão para visitar país

    O representante da Venezuela para direitos humanos, Germán Saltrón, afirmou que a CIDH continuará barrada do país enquanto não "retificar o erro de ter apoiado o golpe de Estado contra [o então presidente ] Hugo Chávez em abril de 2002".

    O governo venezuelano acusa a CIDH de ter sinalizado respaldo aos opositores que tomaram o poder durante três dias, antes de serem derrotados por simpatizantes leais a Chávez.

    O pedido de missão para comprovar a situação dos direitos humanos na Venezuela havia sido formulado pelo relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão, Edison Lanza.

    "Estivemos em 15 países sem nenhum tipo de problema. Por isso, solicitamos visitar a Venezuela o mais breve possível, para que cesse o clima de polarização", propôs Lanza, numa referência à escalada das tensões sociais e políticas às vésperas da eleição parlamentar de 6 de dezembro.

    Outro membro da delegação venezuelana, Luis Britto García, chamou a CIDH de ente "de quinta categoria, por não registrar as violações da potência que mais viola os direitos humanos: os Estados Unidos".

    As críticas foram rebatidas pelo ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos do governo Lula, o brasileiro Paulo Vannuchi, comissário da CIDH..

    Ele lembrou que a CIDH trata com frequência dos abusos de direitos humanos cometidos por Washington e convidou os venezuelanos a lerem os relatórios sobre a prisão militar de Guantánamo.

    "O Estado venezuelano tem uma visão mal informada e falsa do nosso trabalho", disse Vanucchi.

    Numa sessão que teve participação de várias ONGs venezuelanas, Caracas também foi criticada pela pressão contra a imprensa opositora e pela falta de divulgação de dados de interesse público, como os relacionados à inflação e violência.

    A comitiva venezuelana negou restringir a liberdade de expressão e o acesso à informação.

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