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    Marine Le Pen vai a julgamento por declarações contra muçulmanos

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/10/2015 17h00

    A líder do partido francês de extrema direita Frente Nacional, Marine Le Pen, foi ouvida nesta terça-feira (20) por um tribunal em Lyon (leste da França), onde é acusada de incitar o ódio contra muçulmanos.

    A acusação poderia render a Le Pen prisão de um ano e e multa de € 45 mil euros –mas, após a audiência, o promotor recomendou o arquivamento do caso, argumentando que ele está dentro dos limites da liberdade de expressão. O tribunal deve decidir em meados de dezembro.

    "Tenho, como líder política, o direito de abordar um assunto crucial e mesmo o dever de fazê-lo", disse a líder da FN aos jornalistas na entrada da corte.

    Cinco anos atrás, durante um discurso para simpatizantes em Lyon, Le Pen declarou que o hábito dos muçulmanos de rezar na rua quando as mesquitas estão cheias equivalia a uma "ocupação do território".

    Na França, o termo "ocupação" é habitualmente usado para descrever a administração nazista do país, de 1940 a 1944, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

    Em razão dos comentários, Le Pen perdeu em 2013 a imunidade a que tinha direito como deputada do Parlamento Europeu e foi processada por quatro organizações antirracistas e de defesa dos direitos humanos.

    POPULARIDADE

    Analistas políticos avaliam que o julgamento pode reforçar a imagem de Marine Le Pen perante os simpatizantes da Frente Nacional, partido conhecido por suas posições anti-islâmicas e anti-imigração.

    Pesquisas de opinião sobre as eleições regionais francesas, previstas para dezembro, mostram alta popularidade da FN, e Le Pen espera ampliar a votação da sigla diante da crise migratória na Europa.

    "Assumir o papel de vítima, como ela vem fazendo, será mais útil que ruim [para a sua imagem]", disse o historiador francês Jean Garrigues à agência de notícias Associated Press.

    "Esse discurso da 'invasão', que pode estar relacionada a uma ocupação, tem eficiência política", acrescentou ele.

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