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    Candidato a liderar Câmara dos EUA põe à prova habilidade de consenso

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    21/10/2015 11h56

    Em 2012, quando foi escolhido pelo então candidato republicano à Casa Branca Mitt Romney para ser seu vice na chapa eleitoral, o deputado Paul Ryan, 45, tinha um mérito reconhecido até por adversários. Ele conseguia ser conservador nas ideias sem ser conservador ao fazer política.

    Ryan defendia teorias ortodoxas para a economia como a redução do Estado e a inexistência de impostos progressivos. Atacava o aborto, o casamento gay e o controle de armas de fogo. Atendia, portanto, a agenda da ala à direita do seu Partido Republicano.

    Michael Reynolds/Reuters
    O deputado republicano Paul Ryan anuncia sua candidatura à presidência da Câmara dos EUA
    O deputado republicano Paul Ryan anuncia sua candidatura à presidência da Câmara dos EUA

    Ao mesmo tempo, representava a juventude. Eleito deputado pela primeira vez aos 28 anos, era elogiado pela habilidade em construir consensos e despertava esperanças sobre a renovação da imagem do partido e a superação de ranços de debates fervorosos.

    Essas mesmas características foram evocadas por correligionários durante os dias de pressão que precederam o anúncio de que se dispunha a concorrer a presidente da Câmara dos Deputados.

    Em diversas oportunidades, Ryan faz questão de dizer que sua prioridade é a família, a mulher Janna e os três filhos, e o tempo em casa, na cidade de Janesville, no interior do Estado de Wisconsin.

    Mas, finalmente, informou a decisão na terça-feira (20), mas não sem um recado aos mais radicais, que ameaçam não endossar seu nome. Ele condicionou a candidatura à "união" em torno do seu nome e criticou a troca de acusações entre correligionários. "Podemos nos culpar uns aos outros. Mas as pessoas não se importam com culpa nem com esforços. Importam-se com resultados", afirmou.

    Esse é o grupo que minou a candidatura do deputado Kevin McCarthy e que precipitou a renúncia do atual presidente demissionário John Boehner.

    Ryan deu um prazo até sexta-feira (23) para receber apoio formal à sua candidatura para que seja, então, formalizada. Caso não veja união, Ryan diz que ficará "feliz em permanecer" onde está, liderando comissão orçamentária. Será um teste de se sua imagem condiz com a sua competência.

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