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    Unasul nega que Venezuela tenha vetado Nelson Jobim em eleições

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    23/10/2015 20h15

    A Unasul (União das Nações Sul-Americanas) negou nesta sexta-feira que o magistrado brasileiro Nelson Jobim tenha sido impedido pela Venezuela de chefiar a missão de observação na eleição parlamentar venezuelana em 6 de dezembro.

    "O nome do respeitado jurista Nelson Jobim não foi vetado na Unasul [e] está sendo considerado com outros nomes da região para presidir a Missão Venezuela", disse o bloco político por meio de sua conta oficial no Twitter.

    Jobim, porém, já descarta qualquer participação na missão, cujo objetivo é reforçar garantias de lisura em meio a temores de que o impopular governo venezuelano poderia recorrer a fraudes para perpetuar-se no Parlamento.

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Sao Paulo, , Brasil, 19-10-2015 14h47:II Coloquio sobre o Supremo Tribunal Federal na AASP(Assoc dos Advogados de SP)no centro de Sao Paulo. Ex Ministro Nelson Jobim faz sua exposicao para publico sobre o tema O poder Judiciario na Sociedade Pluralista (Foto Eduardo Knapp/Folhapress. PODER). Cod do Fotografo: 0716
    O ex-ministro Nelson Jobim participa de colóquio na AASP (Associação de Advogados de São Paulo)

    "Estou fora. Não quero saber se é verdade que eles voltaram atrás ou não", disse à Folha, por telefone.

    Fontes diplomáticas dizem que não houve veto formal, mas uma resistência manifestada nos bastidores por autoridades eleitorais venezuelanas.

    O pronunciamento da Unasul surge três dias depois de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anunciar sua retirada da missão de observação.

    O TSE justificou a decisão pelo suposto veto a Jobim e pela falta de garantias para uma "observação objetiva e imparcial", referência implícita a supostas exigências venezuelanas para que a missão fosse impedida de falar com a oposição e circular livremente.

    Em nota, o TSE disse que Jobim, ex-ministro da Defesa e do STF, havia sido aprovado pela presidente Dilma Rousseff para a missão. A Folha apurou que todos os países do Mercosul haviam sinalizado respaldo ao brasileiro, com exceção da Venezuela.

    Jobim atribuiu o veto à sua "independência" e disse que as autoridades de Caracas queriam uma missão observadora que fosse "mera espectadora".

    O Planalto, aparentemente preocupado com o mal estar com a Venezuela, considerou precipitada a decisão do TSE de se retirar da missão.

    As prerrogativas dos observadores estarão formalizadas num convênio entre a Unasul e a Venezuela que deveria ter sido assinado até a última quarta-feira. O incidente envolvendo a escolha de Jobim, porém, levou à continuação das negociações de bastidores sobre o alcance da missão.

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