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    Atentado mata um e fere mais de cem em Bangladesh; EI reivindica ação

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/10/2015 09h34

    Uma pessoa morreu e mais de cem ficaram feridas em três explosões praticamente simultâneas durante uma concentração de fiéis muçulmanos xiitas em Dacca, capital de Bangladesh. A milícia radical Estado Islâmico reivindicou o ataque, segundo o grupo de monitoramento de terrorismo Site.

    Os três artefatos caseiros explodiram com um intervalo de menos de dois minutos, por volta das 1h45 de sábado (24) (17h45 de sexta-feira em Brasília), em frente à mesquita xiita Husaini Dalam, na cidade antiga de Dacca, a capital do país, disse o policial Azizul Haque.

    Testemunhas disseram que as pessoas correram em pânico após as explosões, perdendo chinelos e sandálias no caminho.

    Suvra Kanti/Efe
    Policial analisa local onde três bombas explodiram durante procissão xiita em Dacca, capital de Bangladesh
    Policial analisa local onde três bombas explodiram durante procissão xiita em Dacca, capital de Bangladesh

    O ataque foi atípico para Bangladesh, um país islâmico tradicionalmente moderado.

    Haque afirmou que a vítima é um jovem de 16 anos e a maior parte dos demais atingidos teve ferimentos leves.

    No momento do ataque havia entre 3 e 4 mil pessoas no local, assim como uma equipe de segurança composta por aproximadamente 200 agentes.

    Os fiéis estavam preparando a procissão de Ashura, o décimo dia do mês sagrado de Muharram, no qual os xiitas lembram com fervor o martírio do imã Hussein, neto de Maomé.

    Em Bangladesh, 90% dos 160 milhões de habitantes são muçulmanos, mas a grande maioria dos seguidores do profeta Maomé são sunitas. Os xiitas não chegam a 1%, segundo o centro de pesquisas Pew, dos Estados Unidos.

    Apesar de os ataques contra os xiitas durante o Muharram serem frequentes em muitas partes do mundo e em alguns países do sul da Ásia, Bangladesh não está acostumado com este tipo de ação.

    "Isto é uma nova tendência. Trata-se provavelmente do primeiro ataque em anos", disse à Efe Shafqat Munir, especialista do Instituto de Bangladesh para Estudos de Paz e Segurança.

    AUTORIA

    Segundo o Site, o Estado Islâmico assumiu as explosões, dizendo que foram realizadas por "soldados do Califado em Bangladesh", durante "rituais politeísticos".

    O governo de Bangladesh, contudo, nega qualquer presença do EI no país e afirmou se tratar de uma conspiração local de forças opositoras. "Este não é um ataque de militantes. É um ataque planejado e destrutivo com único objetivo de desestabilizar o país", disse o ministro do Interior à agência de notícias Reuters.

    Entre fevereiro e agosto deste ano, quatro blogueiros ateus que criticavam o fundamentalismo islâmico foram mortos a golpes de facão no país.

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