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    Encontro de bispos termina sem avanços buscados por papa

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/10/2015 12h34

    O sínodo de bispos católicos, que reuniu religiosos de todo o mundo, acaba neste sábado (24) com a votação de um documento final sobre as regras da igreja, após três semanas de um debate que expôs profundas divisões e o fracasso do papa Francisco em convencê-los a reverter proibição de católicos que se casaram novamente de receber a comunhão.

    Os bispos conservadores resistiram fortemente a qualquer tentativa de amenizar a restrição da Igreja Católica a gays e divorciados. Segundo o cardeal austríaco Christoph Schoenborn, o texto final não fala diretamente sobre o tema da comunhão, mas diz que é necessário discernimento para ajudar casais em situações irregulares.

    "As situações são tão diferentes que precisamos olhar de perto cada uma, discernir as situações e acompanhá-las de acordo com a necessidade de cada um", disse Schoenborn a repórteres.

    Andreas Solaro/AFP
    Papa Francisco conversa com cardeal italiano Lorenzo Baldisseri após a ssessão matinal do último dia do sínodo no Vaticano
    Papa Francisco conversa com cardeal italiano Lorenzo Baldisseri após a sessão matinal do último dia do sínodo no Vaticano

    Como no Sínodo do ano passado, que abordou as novas situações familiares, os 270 padres sinodais votam cada parágrafo da "Relatio Synodi", o texto final elaborado por uma comissão especial, que com um trabalho minucioso incorporou o "Instrumentum laboris" (o documento de base) com as 1.355 mudanças propostas nos últimos dias. O texto só é aprovado se obtiver dois terços de aprovação da assembleia.

    Nestes últimos dias, o Vaticano e os participantes do Sínodo reiteraram que este documento é só uma reflexão dos bispos que será entregue ao papa, que é quem tem o poder de decidir, assim como também autorizar sua publicação.

    O tema mais espinhoso desta assembleia é o pedido do papa para conceder a comunhão aos divorciados que voltaram a se casar.

    Enquanto o grupo de bispos alemães se mostrou mais abertos a estas mudanças, outros já manifestaram que "a questão precisa de mais estudo, e que, por enquanto, é melhor reafirmar a atual a disciplina da Igreja".

    No resto de documento é seguro que se destacará a necessidade de mais preparação e acompanhamento dos casais para evitar o divórcio.

    Enquanto outro capítulo que parece que desaparecerá ou será pouco abordado será o dos homossexuais.

    Independente dos resultados, este Sínodo será lembrado pelo clima criado por notícias como a confissão de homossexualidade do padre e membro da Congregação para a Doutrina da Fé, o polonês Krysztof Charamsa.

    E também pelo vazamento de uma carta com a assinatura de 13 cardeais dirigida ao papa com acusações e críticas a como o Sínodo estava se desenvolvendo.

    E por último, a notícia de que o papa teria um tumor cerebral - categoricamente desmentida pelo Vaticano - fez com que muitos representantes da Igreja falassem de estranhas conjurações contra Francisco ou tentativas de manipulação do Sínodo.

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