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    Sínodo admite uso de 'discernimento' para acolher fiéis divorciados na igreja

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/10/2015 16h48

    Bispos católicos reunidos no Sínodo da Família em Roma concordaram em uma maior abertura da igreja em relação a divorciados, mas rejeitaram uma aproximação em relação a homossexuais. O documento com as decisões do encontro, que durou três semanas, foi divulgado neste sábado (24).

    O documento dá alguma esperança a fiéis divorciados e casados novamente, o que é um avanço das reformas defendidas pelo papa Francisco na doutrina.

    O documento enfatiza o papel do discernimento e da consciência individual na forma de lidar com situações familiares que fogem ao dogma da igreja —numa vitória da ala progressista do clero.

    Andreas Solaro/AFP
    Pope Francis (L) speaks with italian cardinal Lorenzo Baldisseri as he leaves the morning session of the last day of the Synod on the Family at the Vatican on October 24, 2015. Pontiff on October 4 defended marriage and heterosexual couples as he opened a synod on the family overshadowed by a challenge to Vatican. Pope Francis accelerated his streamlining of the Vatican bureaucracy by announcing plans to create a new ministry which will increase the role of lay believers in the Church. The Pontiff made the announcement to an afternoon session of the synod, which is due to conclude at the weekend after three weeks of often heated discussions on issues such as divorce, homosexuality and cohabitation. AFP PHOTO / ANDREAS SOLARO ORG XMIT: 112
    Papa Francisco conversa com cardeal italiano Lorenzo Baldisseri após a ssessão matinal do último dia do sínodo no Vaticano

    De acordo com a doutrina atual, pessoas divorciadas e casadas novamente não podem receber sacramentos, como a comunhão, por estarem vivendo em pecado, já que o primeiro casamento continua válido aos olhos da igreja.

    Ao mesmo tempo em que o documento não aponta um caminho específico para que divorciados voltem a receber os sacramentos, ele abre a possibilidade de avaliações caso a caso pelos clérigos em relação a cada fiel.

    Os três parágrafos que citam a questão atingiram por pouco os dois terços de votos necessários entre os participantes do sínodo para constar no documento final.

    A abertura dá ao papa Francisco a possibilidade de manobrar para avançar na questão em um documento futuro.

    "A experiência do sínodo nos fez perceber melhor que os verdadeiros defensores da doutrina não são aqueles que se atêm à letra, mas a seu espírito; não a ideias, mas a pessoas, não a fórmulas, mas à disponibilidade ao amor de Deus e seu perdão", disse Francisco, no encerramento do encontro.

    HOMOSSEXUALIDADE

    O documento final reforça o ensinamento da igreja de que homossexuais não devem sofrer discriminação na sociedade, mas reafirma que não há "fundação alguma" para o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, o qual "não pode nem remotamente" ser comparado às uniões heterossexuais.

    Na prática, portanto, o sínodo não altera a doutrina em relação à questão dos homossexuais.

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