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    Pequim convoca embaixador dos EUA após navio cruzar águas sob disputa

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/10/2015 08h23 - Atualizado às 23h33

    A China convocou o embaixador americano em Pequim para esclarecimentos após um navio de guerra dos Estados Unidos passar próximo a ilhas artificiais construídas pela China em território marítimo sob disputa internacional.

    Pequim, que disse ter alertado e seguido a embarcação, considerou o gesto uma "provocação deliberada" e uma "ameaça" a sua soberania.

    "[O barco] entrou ilegalmente nas águas das ilhas chinesas Spratly", disse o Ministério das Relações Exteriores da China em um comunicado. "A ação tomada pelo navio de guerra ameaçou a soberania da China e interesses securitários, e pôs em perigo a segurança do pessoal nos recifes."

    Evan Kenny - 25.mai.2015/Efe
    USN01 ALTA MAR 27/10/2015.- Fotografía tomada el 25 de mayo de 2015 y facilitada por la Marina estadounidense hoy, 27 de octubre de 2015 muestra el buque militar estadounidense USS Lassen (en primer plano) durante las maniobras conjuntas con Corea del Sur y Turquía. El ministro de Exteriores chino, Wang Yi, advirtió hoy a Estados Unidos por el envío del USS Lassen a las aguas de varias disputadas islas en el archipiélago Spratly, una zona del Mar de China Meridional que se disputan varios países de la zona. Wang dijo que Washington no debería "crear problemas de la nada", en referencia a la a presencia del destructor lanzamisiles USS Lassen, escoltado por aviones de vigilancia de la Marina de EE.UU., dentro de las doce millas náuticas que rodean al arrecife Subi, en las islas Spratly, cuya soberanía se disputan China, Taiwán, Vietnam y Filipinas. EFE/Naval Air Crewman Evan Kenny / SÓLO USO EDITORIAL ORG XMIT: USN01
    Foto de arquivo mostra o navio americano USS Lassen participando de manobras militares

    A televisão estatal informou que o vice-chanceler chinês, Zhang Yesui, classificou a operação dos EUA como "extremamente irresponsável" ao encontrar o embaixador americano em Pequim, Max Baucus.

    A operação americana desta terça-feira (27) faz parte de uma estratégia de pressionar Pequim contra sua crescente presença no mar do Sul da China, considerado uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo.

    As Filipinas, aliadas dos EUA, viram com bons olhos a operação, considerando-a uma forma de ajudar a manter o "equilíbrio de poder" na região.

    Desde 2013, a China tem aumentado sua presença na região ao erguer estruturas sobre recifes de coral capazes de comportar navios e aviões militares.

    editoria de arte/folhapress
    Ilha spratly depois
    Imagem das ilhas Spratly antes (1ª foto) e depois de a China começar a construir no local (2ª foto)
    Ilha spratly antes
    Ilha spratly antes

    Pequim reclama soberania sobre as ilhas Spratly, cerca de cem pequenas ilhas e recifes desabitados, e sobre as águas que as cercam. Vietnã, Malásia e Brunei também reivindicam a soberania sobre esse arquipélago. Vietnã, Malásia, Taiwan e Filipinas também construíram postos militares sobre ilhas e recifes na região.

    A reivindicação da China não é reconhecida pelos EUA nem pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que estabelece acordos sobre o controle de águas territoriais e sobre direitos de navegação.

    O porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, disse na segunda-feira (26) que os EUA não deveriam consultar outras nações se desejassem exercer seu direito de navegação em águas internacionais.

    "O intuito da liberdade de navegação em águas internacionais é que se trata de águas internacionais. Você não precisa consultar ninguém", disse Kirby.

    O porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz, usou o mesmo argumento ao comentar a ação americana: "Nossa liberdade em operações de navegação não reforçam nenhum direito específico dos EUA", afirmou a jornalistas.

    Mapa: Disputas no mar do Sul da China

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