• Mundo

    Saturday, 04-May-2024 01:42:04 -03

    Soldados de Israel matam palestinos que esfaquearam guardas em Hebron

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    29/10/2015 12h56

    Dois palestinos foram mortos nesta quinta-feira (29) por soldados israelenses na cidade de Hebron, na Cisjordânia, ao tentarem esfaquear membros das forças de segurança durante protestos.

    As duas mortes devem elevar a tensão na cidade, que se tornou na última semana o maior palco de confrontos entre palestinos e israelenses. A mudança aconteceu depois que a segurança foi reforçada em Israel e Jerusalém.

    Mussa Qawasma/Reuters
    Soldados de Israel cercam o corpo de um palestino que tentou atacar as forças com uma faca em Hebron
    Soldados de Israel cercam o corpo de um palestino que tentou atacar as forças com uma faca em Hebron

    O primeiro caso ocorreu na estrada que liga o assentamento judeu de Kiriat Arba à Caverna dos Patriarcas, onde se acredita que estejam enterrados Adão e Eva, Abraão e Sara, Isaac e Rebeca e Jacó e Leia.

    Segundo a polícia, o palestino de 23 anos sacou a faca ao se aproximar das forças de segurança e cortou a cabeça de um guarda de forma superficial. Quando tentava atacar outro agente, ele foi baleado e morto por um soldado.

    A morte levou a novos protestos de moradores da região nas ruas da cidade. Durante o confronto entre os soldados e os palestinos, outro homem tentou atingir um militar com uma faca e foi morto a tiros antes de atingi-lo.

    Os enfrentamentos continuaram depois da segunda morte. Manifestantes palestinos queimaram pneus e atiraram paus e pedras contra as forças israelenses. Não há informações de mortos e feridos nestes últimos protestos.

    Nos últimos dias, Israel começou a cercar os bairros da cidade, principalmente os mais próximos aos assentamentos de judeus. A medida é similar à tomada semanas antes em Jerusalém Oriental para evitar novos ataques.

    Os cercos aumentaram a revolta dos palestinos, alimentando a pior onda de violência na região desde a guerra na faixa de Gaza, em 2014. Desde outubro, 11 israelenses e 61 palestinos foram mortos devido ao conflito.

    Mussa Qawasma/Reuters
    Manifestante palestino ateia fogo em pneus durante protesto contra as forças israelenses em Hebron
    Manifestante palestino ateia fogo em pneus durante protesto contra as forças israelenses em Hebron

    ESTOPIM

    A nova série violenta teve como detonador o aumento de visitantes judeus e das restrições aos islâmicos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental. O segundo local mais sagrado do islã também é reverenciado por judeus.

    Os palestinos acusam Israel de violar a proibição da oração judaica, que era descumprida principalmente por grupos radicais judeus e ultraortodoxos. Israel se comprometeu a respeitar o acordo de longa duração na localidade, que fica dentro da murada Cidade Velha de Jerusalém.

    Em setembro, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, disse que os palestinos se retiraram do acordo de Oslo, assinado em 1993, que definia a solução de dois Estados para dar fim ao conflito.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Esplanada das mesquitas - Jerusalém

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024