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    Governo pagou parcela mínima à ONU antes do discurso de Dilma

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    01/11/2015 02h00

    Para evitar um constrangimento à presidente Dilma Rousseff, o governo brasileiro quitou uma parcela de US$ 32,1 milhões de sua dívida à ONU na véspera da visita de Dilma a Nova York, onde ela discursou na Assembleia-Geral do órgão, em setembro.

    A quantia, paga poucos dias antes da viagem presidencial, foi a mínima possível para evitar o risco de o país perder o direito ao voto na Assembleia-Geral.

    Matt Campbell/Efe
    Dilma Rousseff discursa na Assembleia-Geral da ONU; Brasil quitou parcela mínima de dívida
    Dilma Rousseff discursa na Assembleia-Geral da ONU; Brasil quitou parcela mínima de dívida

    Não seria a primeira vez. O endividamento já levou o Brasil a perder o voto na AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), na Unido (Organização da ONU para o Desenvolvimento Industrial), na CTBTO (Comissão do Tratado de Proibição dos Testes Nucleares) e no TPI (Tribunal Penal Internacional).

    Neste último, o país teve um constrangimento adicional em dezembro, ao ter que retirar seu candidato a juiz na corte, Leonardo Brant, devido a uma dívida de € 16,6 milhões (R$ 70,4 milhões).

    Para o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que fez o requerimento ao governo da relação de dívidas, o país contrai novos débitos com organismos internacionais, apesar da "posição vexatória".

    "O Brasil continua a aderir a tratados e fazer compromissos que não tem como arcar, como aconteceu com o banco dos Brics, cuja adesão foi aprovada no Congresso em maio deste ano e prevê o aporte de US$ 18 bilhões –dinheiro que ninguém sabe de onde virá", afirmou.

    O TOP FIVE DAS DÍVIDAS BRASILEIRAS - Maiores débitos com organismos internacionais, em R$ milhões*

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