• Mundo

    Friday, 17-May-2024 06:59:56 -03

    Putin suspende voos da Rússia para o Egito após queda de avião no Sinai

    LEANDRO COLON
    DE LONDRES

    06/11/2015 12h36

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, decidiu nesta sexta-feira (6) suspender todos os voos comerciais para o Egito, principal destino turístico dos russos, em meio a suspeita de que uma bomba derrubou o avião de uma empresa russa no sábado passado na península do Sinai.

    O movimento de Putin ocorre depois de os governos americano e britânico levantarem a hipótese de que o Airbus da Metrojet, que caiu com 224 a bordo, ter sido alvo de uma bomba plantada por extremistas islâmicos. Segundo apurou a rede BBC, o Reino Unido acredita que o explosivo teria sido colocada no porão de carga logo antes da decolagem.

    Até esta sexta, o governo russo estava cauteloso em relação ao assunto. Na quinta (5), Putin conversou com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, sobre a decisão britânica de suspender os voos para a região da queda da aeronave, no Sinai. Putin havia apelado ao premiê que esperasse as investigações oficiais antes de adotar algum gesto deste tipo. Agora, 24 horas depois, o dirigente russo anuncia uma medida, ao que parece, ainda mais radical: a proibição de viagens para qualquer parte do Egito.

    Segundo o governo russo, os voos estão suspensos até que as causas da tragédia sejam esclarecidas.

    Pouco antes de Putin anunciar sua decisão, o chefe da inteligência russa, Alexander Bortnikov, havia recomendado o governo a suspender todos os voos comerciais entre Rússia e Egito enquanto se investigam as causas da queda do Airbus.

    Para evitar o caos aéreo, o governo egípcio cancelou nesta sexta-feira parte dos voos de companhias aéreas britânicas que resgatariam cerca de 4 mil turistas britânicos no Sinai. Apenas um número limitado de voos deve ser autorizado a decolar. Por razões de segurança, os passageiros foram autorizados a viajar apenas com bagagens de mão.

    Khaled Elfiqi/Efe
    KEF10 SHARM EL SHEIJ (EGIPTO) 06/11/2015.- Turistas esperan en los mostradores de facturación en el aeropuerto de Sharm el-Sheij (Egipto) hoy, 6 de noviembre de 2015. Los servicios secretos británicos creen que una bomba fue colocada en la bodega del avión ruso que el sábado se estrelló en la península del Sinaí después de despegar de la ciudad egipcia de Sharm el Sheij, revela hoy la cadena BBC. Las aerolíneas easyJet, Monarch y Thomson Airways tienen previsto operar hoy más de 20 vuelos desde Sharm el Sheij para repatriar a los británicos que permanecen en esa ciudad. Los pasajeros dejarán las maletas que no sean de mano, que serán enviadas al Reino Unido por una agencia del Gobierno y entregadas a sus dueños "por correo" en los próximos siete días, según easyJet. EFE/Khaled Elfiqi ORG XMIT: KEF10
    Turistas britânicos esperam para decolar do aeroporto de Sharm el-Sheikh, no Sinai

    INVESTIGAÇÃO

    As investigações sobre a queda do Airbus A321 no Sinai alimentam divergências entre potências mundiais com relação à situação política no Oriente Médio, em especial no que se refere à guerra civil na Síria.

    O grupo radical Província do Sinai, leal à milícia Estado Islâmico (EI), afirmou em comunicado no dia do incidente que teria abatido a aeronave "em resposta aos ataques aéreos russos que mataram centenas de muçulmanos nas terras sírias".

    A Rússia iniciou no fim de setembro uma campanha de ataques aéreos contra posições do EI na Síria a pedido do ditador Bashar-al-Assad.

    Caso se confirme que radicais abateram o avião da Metrojet, o incidente no Sinai representaria a principal retaliação à Rússia desde o início dos bombardeios contra o EI na Síria.

    O Airbus da Metrojet fazia a rota Sharm el-Sheikh (Egito)-São Petesburgo (Rússia) no sábado (31) e caiu 23 minutos após decolar. A maioria dos 224 mortos na tragédia é de turistas russos que voltavam de férias no Egito.

    .

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024