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    Explosão é ouvida em caixa-preta de avião russo, diz mídia francesa

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    06/11/2015 17h19

    Análises da caixa-preta do Airbus da companhia aérea russa Metrojet, que caiu no sábado (31) na península do Sinai, mostram que a queda aconteceu depois de uma explosão, afirmou nesta sexta-feira (6) a mídia francesa.

    Segundo a TV 2 da França, "o som de uma explosão pode ser claramente ouvido durante o voo", de acordo com um investigador que teve acesso à caixa-preta da aeronave.

    A AFP por sua vez diz que as caixas-pretas, os dados coletados no local e a experiência dos investigadores permitem "privilegiar fortemente" a hipótese de atentado como causa da queda do avião russo.

    Citando uma fonte próximo à investigação, a agência francesa afirma que "tudo estava normal" até o 23º minuto de voo, quando o avião parou de funcionar repentinamente, um comportamento sintomático de uma "descompressão explosiva muito repentina".

    As informações surgiram depois de autoridades americanas e britânicas terem afirmado suspeitar que a queda, que matou as 224 pessoas a bordo, tivesse sido causada por uma bomba de extremistas islâmicos.

    Segundo apurou a rede BBC, o Reino Unido acredita que o explosivo teria sido colocada no porão de carga logo antes da decolagem.

    O Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da França (BEA), porém, disse que não poderia confirmar a informação. A agência tem especialistas atualmente no Egito investigando o incidente porque o Airbus A321-200 da Metrojet foi construído na França.

    Previamente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou sua decisão de suspender todos os voos comerciais para o Egito.

    Até esta sexta, o Kremlin estava cauteloso em relação ao assunto. Na quinta (5), Putin conversou com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, sobre a decisão britânica de suspender os voos para a região da queda da aeronave, no Sinai.

    Putin havia apelado ao premiê que esperasse as investigações oficiais antes de adotar algum gesto desse tipo. Agora, 24 horas depois, o dirigente russo anuncia uma medida, ao que parece, ainda mais radical: a proibição de viagens para qualquer parte do Egito.

    Segundo o governo russo, os voos estão suspensos até que as causas da tragédia sejam esclarecidas.

    Para evitar o caos aéreo, o governo egípcio cancelou nesta sexta parte dos voos de companhias aéreas britânicas que resgatariam cerca de 4.000 turistas britânicos no Sinai. Apenas um número limitado de voos foi autorizado a decolar. Por razões de segurança, os passageiros foram autorizados a viajar apenas com bagagens de mão.

    Khaled Elfiqi/Efe
    KEF10 SHARM EL SHEIJ (EGIPTO) 06/11/2015.- Turistas esperan en los mostradores de facturación en el aeropuerto de Sharm el-Sheij (Egipto) hoy, 6 de noviembre de 2015. Los servicios secretos británicos creen que una bomba fue colocada en la bodega del avión ruso que el sábado se estrelló en la península del Sinaí después de despegar de la ciudad egipcia de Sharm el Sheij, revela hoy la cadena BBC. Las aerolíneas easyJet, Monarch y Thomson Airways tienen previsto operar hoy más de 20 vuelos desde Sharm el Sheij para repatriar a los británicos que permanecen en esa ciudad. Los pasajeros dejarán las maletas que no sean de mano, que serán enviadas al Reino Unido por una agencia del Gobierno y entregadas a sus dueños "por correo" en los próximos siete días, según easyJet. EFE/Khaled Elfiqi ORG XMIT: KEF10
    Turistas britânicos esperam para decolar do aeroporto de Sharm el-Sheikh, no Sinai

    INVESTIGAÇÃO

    As investigações sobre a queda do Airbus A321 no Sinai alimentam divergências entre potências mundiais com relação à situação política no Oriente Médio, em especial no que se refere à guerra civil na Síria.

    O grupo radical Província do Sinai, leal à milícia Estado Islâmico (EI), afirmou em comunicado no dia do incidente que teria abatido a aeronave "em resposta aos ataques aéreos russos que mataram centenas de muçulmanos nas terras sírias".

    A Rússia iniciou no fim de setembro uma campanha de ataques aéreos contra posições do EI na Síria a pedido do ditador Bashar-al-Assad.

    Caso se confirme que radicais causaram a queda do avião da Metrojet, o incidente no Sinai representaria a principal retaliação à Rússia desde o início dos bombardeios contra o EI na Síria.

    O Airbus da Metrojet fazia a rota Sharm el-Sheikh (Egito)-São Petesburgo (Rússia) no sábado (31) e caiu 23 minutos após decolar. A maioria dos 224 mortos na tragédia é de turistas russos que voltavam de férias no Egito.

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