Na cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza, uma loja de roupas com o nome de "Hitler 2" exibe na calçada manequins segurando facas e vestidos com agasalhos onde se lê "esfaqueie!" escrito em árabe.

Do lado de fora da "Hitler 2", cujo proprietário se recusou a conceder entrevista, jovens palestinos disseram que gostaram da loja e que estavam ansiosos para realizar ataques contra israelenses.

A loja "Hitler" produz roupas a um preço acessível e é a segunda unidade dos irmãos Hassan e Ahmed Radwan na área –a primeira foi aberta no bairro de Sheikh Radwan, há três anos.

"O nome da loja é 'Hitler', e eu gosto dele, porque foi a pessoa mais antijudaica", disse Hijaz Abu Shanab, 20. "Eu gosto das roupas e do nome. E, para nós, é melhor agir agora e morrer, pois já estamos vivendo como os mortos".

Porém, por causa da repercussão internacional, os donos decidiram trocar as facas nas mãos dos manequins por bandeiras da Palestina.

	Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
	Manequins com facas nas mãos em frente à loja 'Hitler 2'

Os irmãos Radwan são comerciantes há mais de 20 anos e, atualmente, vivem sua fase de maior sucesso.

Há três anos, eles decidiram buscar um nome "adequado" à sua pequena loja de roupas.

A inspiração veio da Índia, onde, depois de pesquisar na internet, descobriram que um empresário havia sido obrigado a renunciar à marca "Hitler" pelas autoridades locais.

Ao expor os manequins, a "Hitler" chamou a atenção da mídia local e garantiu sucesso da marca.

"Nós não temos nada a ver com a política. Somos apenas comerciantes e queremos vender. Gostem ou não, esse é o nosso marketing", dizem os irmãos.

E, aparentemente, o nome da loja não incomoda os jovens locais. Diversos deles, além de comprar as peças, posam para "selfies" com os "manequins da intifada".