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    Sobrinhos da mulher de Maduro são presos sob acusação de tráfico

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
    DE SÃO PAULO

    11/11/2015 21h22

    Dois sobrinhos da primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, foram presos no Haiti e levados para os EUA para enfrentar acusações de tráfico de drogas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto nesta quarta-feira (11).

    Efraín Campos e Francisco Flores foram levados a Nova York na terça-feira, declarou uma fonte à agência de notícias Reuters. Familiares confirmaram que ambos são sobrinhos de Cilia Flores, mulher do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

    Michael Vigil, ex-chefe de operações internacionais da DEA (a agência antidrogas americana), disse à agência Associated Press que os dois foram detidos na terça à noite ao chegar a Porto Príncipe, capital do Haiti, em um avião privado.

    De acordo com pessoas ouvidas sob anonimato pela Associated Press, Campos e Flores são acusados de tentar transportar 800 kg de cocaína para os EUA.

    Carlos Garcia Rawlins - 26.out.2015/Reuters
    A primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, acena durante evento com Maduro no dia 26, em Caracas
    A primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, acena durante evento com Maduro no dia 26, em Caracas

    O ex-chefe da DEA também disse que Campos se identificou à polícia como filho de Cilia e enteado de Maduro. Segundo uma pessoa familiarizada com o caso, ele é filho de uma irmã da primeira-dama que já morreu e foi parcialmente criado por Cilia e Maduro.

    PRÉ-ELEIÇÃO

    A notícia pode afetar a imagem do presidente Maduro antes da eleição legislativa marcada para o dia 6 de dezembro.

    O pleito deve ser um dos mais difíceis para o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), que governa o país desde a gestão de Hugo Chávez (1999-2013), devido à crise econômica que atinge o país sul-americano.

    O Departamento de Estado norte-americano diz que mais da metade da cocaína produzida na vizinha Colômbia é traficada através da Venezuela para os mercados da Europa e dos EUA.

    Maduro, que está em viagem à Arábia Saudita para participar de uma cúpula entre países árabes e sul-americanos, já negou essas acusações e afirmou que há uma campanha de difamação contra o PSUV.

    Nenhum documento judicial estava imediatamente disponível nesta quarta. Uma porta-voz do procurador do distrito de Manhattan, Preet Bharara, não quis comentar. O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente às ligações para falar sobre o assunto.

    Cilia Flores, 62, a quem o presidente se refere como "primeira combatente", é muito influente no governo do seu marido. Ela integrou a equipe jurídica de Chávez, que morreu em 2013, e trabalhou para obter sua libertação da prisão em 1994, após a fracassada tentativa de golpe em 1992.

    A primeira-dama é também candidata a uma cadeira na Assembleia venezuelana na eleição do dia 6.

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