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    Maduro critica 'ataques imperialistas' após prisão de sobrinhos de mulher

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    12/11/2015 13h05 - Atualizado às 17h05

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a operação norte-americana que deteve dois sobrinhos da primeira-dama sob acusação de tráfico de cocaína reflete supostos ataques imperialistas contra seu governo.

    Os dois foram levados para os EUA para enfrentar acusações de narcotráfico e foram indiciados nesta quinta-feira (12), em Nova York.

    Maduro usou duas plataformas para negar as acusações envolvendo os parentes, mas sem fazer menção explícita ao caso.

    No Twitter, ele escreveu que "nem ataques nem emboscadas imperialistas podem afetar o povo dos libertadores", numa referência a Simón Bolívar e outros heróis da guerra que libertou a Venezuela do domínio espanhol no século 19.

    Denis Balibouse/Reuters
    Venezuela's President Nicolas Maduro shows the constitution of Venezuela during his speech at the United Nations Human Rights Council in a special session in Geneva, Switzerland November 12, 2015. REUTERS/Denis Balibouse ORG XMIT: RSP09
    Maduro segura uma Constituição venezuelana durante discurso nas Nações Unidas, nesta quinta-feira

    Maduro também abordou o tema um discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

    "Não é a primeira vez que algum funcionário por aí lança acusações temerárias tomadas da agenda de ataques mundiais da mídia imperial contra a pátria de Simon Bolívar. E não será a primeira vez que derrubaremos as mentiras com a poderosa força da verdade que tem a nossa pátria", disse Maduro.

    Sobrinhos de Cilia Flores, mulher do presidente, Efraín Campos e Francisco Flores foram presos no Haiti na terça-feira a bordo de um avião privado que levava 800 kg de cocaína, segundo a Associated Press.

    A rede de TV CNN relata que eles se apresentaram imediatamente como sobrinhos da primeira-dama e mostraram passaporte diplomático ao ser interceptados por funcionários da DEA, a agência federal antidrogas dos EUA.

    A declaração de Maduro sobre a prisão dos sobrinhos no Twitter

    Os agentes teriam respondido que a imunidade não se aplica em casos de flagrante violação das políticas antidrogas.

    Não é a primeira vez que surgem suspeitas de envolvimento de pessoas ligadas ao governo venezuelano com o narcotráfico.

    No início deste ano, o jornal americano "The Wall Street Journal" revelou que a Justiça dos EUA já investiga supostos vínculos do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e de outros altos funcionários de Caracas com o narcotráfico.

    Raio-x Venezuela

    Reportagem mais recente do "WSJ" afirmou que autoridades em Andorra investiga possível uso da estatal petroleira PDVSA para lavar dinheiro do narcotráfico.

    A DEA afirma que a Venezuela se transformou numa das maiores plataformas de comércio de cocaína para os EUA e Europa.

    AVISO

    Falando sob anonimato à agência de notícias Reuters, um alto funcionário do governo dos EUA disse ter avisado ao governo da Venezuela, na quarta-feira (11), que os sobrinhos de Cilia Flores tinham sido presos.

    Autoridades americanas afirmam ter frisado que não se tratava de perseguição ao governo de Maduro, mas apenas de aplicação da lei dos EUA contra suspeitos de crime.

    Com agências de notícias

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