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    paris sob ataque

    Pessoas que estavam no Bataclan relatam momentos de horror

    LUCAS NEVES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

    14/11/2015 11h04

    Pessoas que estavam na plateia da casa de shows parisiense Bataclan, cenário do ataque que deixou pelo menos 80 mortos na noite de sexta-feira (13), e conseguiram se refugiar em um camarim relataram momentos de horror.

    "Ficamos em torno de 20 pessoas numa sala fechada, por um período entre uma e duas horas, nos comunicando com a polícia por telefone. As instruções eram para fazer uma barricada de móveis diante da porta, não abrir janela nem acender a luz", contou por volta das 4h (horário local, 1h de Brasília) a jornalista Kelly Leguen, 21.

    Kelly falou à Folha à saída da subprefeitura do 11º distrito de Paris, onde feridos receberam os primeiros socorros e os demais espectadores prestaram depoimento e foram colocados em contato com familiares.

    Ela estava no Bataclan para resenhar o show da banda americana Eagles of Death Metal, já em curso na hora do tiroteio.

    Mapa: Onde foram os ataques

    "Conseguíamos ouvir os terroristas negociarem com a polícia do outro lado da porta. Ainda posso ouvir os gritos e os disparos. Quando o resgate chegou, nos fizeram sair rápido de lá para que não víssemos tanto sangue e tantos corpos, mas era impossível não reparar."

    "O mais traumatizante são os gritos das mulheres implorando para não serem baleadas. É inimaginável. Você vê coisas assim na TV, jamais crê que possa lhe acontecer", disse Sylvain (sobrenome não fornecido), que foi ao show com dois amigos e também ficou sitiado no camarim.

    "Os terroristas falavam francês e ameaçavam a todo momento detonar os explosivos que tinham no corpo. Tinham muito sangue frio e pareciam bem organizados."

    Ele completou: "Eu estava no balcão (nível superior) e vi pessoas na pista (setor inferior) caindo como moscas ao ser atingidas. É inimaginável."

    Segundo o "Libération", a ação da polícia no Bataclan durou dois minutos. Agentes se dividiram em duas frentes, no nível da pista (onde havia um terrorista) e no do balcão (em que eram dois). Policiais foram alvo de disparos de Kalashnikov (um deles se feriu) antes de os terroristas se explodirem.

    NOTA DA BANDA

    Segundo o jornal americano "The Washington Post", a mãe do baterista da Eagles of Death Metal, Julian Dorio, afirmou que seu filho e os outros integrantes da banda estão em segurança.

    Em nota postada no seu perfil oficial no Facebook, a banda informou que ainda tentava descobrir o paradeiro de membros de sua equipe.

    "Nossos pensamentos estão com todas as pessoas envolvidas nesta situação trágica", disse o comunicado.

    Colaborou São Paulo

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