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    Presidente do BC argentino acusa a oposição de gerar instabilidade

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    18/11/2015 16h32

    O presidente do Banco Central da Argentina, Alejandro Vanoli, acusou a oposição de manobrar judicialmente para gerar instabilidade econômica.

    A Justiça ordenou nesta terça (17), uma busca e apreensão de documentos na sede do BC, em uma investigação sobre suposta administração fraudulenta. Membros da oposição recorreram à Justiça contra Vanoli, alegando que o BC está vendendo dólares no mercado futuro a preços excessivamente baixos, provocando prejuízo aos cofres públicos.

    Para o executivo, o intuito da oposição é estimular a desvalorização do peso, a inflação e a recessão por via judicial.

    Marcos Brindicci - 6.out.2014/Reuters
    O presidente do BC da Argentina, Alejandro Vanoli, que acusou oposicionistas de "manobra judicial"
    O presidente do BC da Argentina, Alejandro Vanoli, que acusou oposicionistas de "manobra judicial"

    "É uma manobra política a serviço da oposição a uma semana das eleições", disse Vanoli. "O BC está atuando de acordo com as práticas de mercado e vamos seguir atuando no mercado futuro, trabalhando para estabilizar a economia em um momento em que há muitos atores que, com fins eleitorais, estão provocando instabilidade."

    Segundo ele, o Banco Central perdeu US$ 100 milhões em reservas nesta terça (17) em razão de especulações movidas pela decisão judicial.

    "Estamos na presença de um ato claramente eleitoral –não para prejudicar um governo, e sim para gerar confusão entre os argentinos às vésperas da eleição".

    O executivo apareceu na conferência matinal do chefe de gabinete, Aníbal Fernández, nesta quarta (18), dando sua versão para o ocorrido no dia anterior.

    Segundo Vanoli, a denúncia está sendo patrocinada pela oposição. Prova disso, diz ele, é que dois depoentes técnicos são economistas que apoiam ou apoiaram a oposição - Alfonso Prat-Gay, que faz parte da equipe de Mauricio Macri, e Martín Redrado, que esteve ao lado de Sergio Massa. Ambos também trabalharam para o governo de Néstor Kirchner.

    "Vocês imaginam qual seria a taxa de juros neste momento, em razão da campanha que estão criando? Estão tratando de criar um clima de desvalorização que é absolutamente absurdo", disse.

    SEGURANDO AS VENDAS

    Vanoli admitiu que exportadores estão segurando vendas ao exterior neste momento. Mas, para o funcionário do governo de Cristina Kirchner, isso está sendo provocado pela perspectiva de que, se Macri vencer a eleição, haverá uma desvalorização do peso.

    "A desvalorização que gostariam de criar [se eleitos] geraria inflação, ajuste, isso forma parte de uma campanha política", disse.

    A versão do executivo é que os documentos que foram buscados nesta terça no BC já haviam sido entregues ao juiz Claudio Bonadio, que teria ordenado a operação por pressão da oposição.

    Os governistas têm baseado sua campanha eleitoral no argumento de que se a oposição, representada por Macri, vencer a eleição do próximo domingo (22), fará uma grande desvalorização do peso (alta do dólar), medida que é extremamente impopular na Argentina.

    Macri e seus assessores, por sua vez, vêm afirmando que o governo de Cristina foi o que mais desvalorizou a moeda nos últimos anos e que é necessário retirar restrições cambiais para entrarem mais dólares no país.

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