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    paris sob ataque

    Análise

    Pressão por maior cobertura de mídia de Paris vem do público

    NELSON DE SÁ
    DE SÃO PAULO

    21/11/2015 02h00

    Não foram só jornalistas que sentiram o impacto dos atentados em Paris e a importância de cobrir extensivamente e, mais até, responder a eles. Foram, por exemplo, os usuários do Facebook.

    "Percebemos uma quantidade muito grande de atividade, pessoas trocando informações", postou um vice-presidente do Facebook, Alex Schultz. Foi o que levou a acionar a ferramenta Safety Check em Paris, permitindo o envio da mensagem "estou em segurança", até então restrita a desastres naturais.

    Mapa dos locais do atentados em Paris

    No Twitter, na mesma direção, espalhou-se a hashtag #PorteOuverte, oferecendo abrigo às vítimas na cidade.

    E em sites como "Le Monde", além da prioridade de filtrar o que era verdade nos relatos de internet e TV, a cobertura também se mostrou mais participativa, até emocional. O jornal francês permitiu que os leitores fizessem perguntas via live-blogging, diretamente à Redação, para respostas em tempo real.

    No "New York Times", o editor-executivo Dean Baquet congratulou sua Redação pela cobertura "em todas as plataformas, exemplo do que é um 'NYT' transformado e como serve seus leitores ao redor do mundo". Entre as novidades, a opção de atualizações via e-mail, escapando do burburinho das redes sociais.

    E mais envolvente, emocionante, no final da semana o "NYT" postou um vídeo de realidade virtual (para assistir com visor, mas também na tela comum de computador ou aparelho móvel, em 360 graus) que permitiu a leitores pelo mundo se sentirem parte das vigílias em Paris.

    Mas não faltaram controvérsias editoriais.

    Escaldado por seus erros pós-11 de Setembro, o mesmo "NYT" tirou do ar às pressas uma reportagem com autoridades anônimas responsabilizando a criptografia pelos atentados –e depois publicou editorial acusando o diretor da CIA de mentir.

    De forma mais ampla, o Facebook foi sufocado por questionamentos à decisão de oferecer um filtro de foto com a bandeira da França, mas não com a do Líbano, alvo de atentado na véspera. E por criar o Safety Check em Paris mas não em Beirute.

    O próprio Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, precisou se explicar. Não citou o filtro, mas postou que os questionamentos sobre o Safety Check eram "corretos": "Nós nos importamos com todas as pessoas igualmente, e vamos trabalhar duro para ajudar os que estejam sofrendo em todas as situações que pudermos".

    Na quinta (19), acionou na Nigéria, mas na sexta (20) os questionamentos voltaram, pois o Facebook não estava acionando o Safety Check no Mali, nem disponibilizando o filtro. Até a conclusão desta edição, Zuckerberg não havia se explicado.

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