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    Tunísia decreta emergência após atentado que matou 12

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/11/2015 15h30 - Atualizado às 21h07

    Uma explosão em um ônibus da guarda presidencial da Tunísia, aparentemente provocada por um homem-bomba, matou pelo menos 12 pessoas e deixou 17 feridas nesta terça (24) em Túnis, capital do país norte-africano.

    Em resposta, o presidente tunisiano, Beji Caid Essebsi, cancelou uma visita à Europa e decretou estado de emergência e toque de recolher na capital até as 5h desta quarta (2h no horário de Brasília).

    Já decretado em ataques anteriores no país, o estado de emergência dura 30 dias. Além de conferir mais poderes às forças de segurança, ele restringe alguns direitos civis –o governo pode, por exemplo, suspender qualquer reunião se considerar que há "risco de desordem".

    Essebsi, que não estava no ônibus no momento do ataque, também pediu cooperação internacional no que descreveu como "guerra" do país contra o terrorismo. Até a conclusão desta edição, nenhuma organização terrorista reivindicara o atentado.

    Zoubeir Souissi/Reuters
    A Tunisian police officer is pictured after an atack on a military bus in Tunis, Tunisia November 24, 2015. At least 11 people were killed on Tuesday after an explosion hit a bus carrying Tunisian presidential guards along a major street in the centre of the capital Tunis. Security and presidential sources said the explosion was an attack, adding it was not immediately clear whether it was a bomb or an explosive fired at the bus as it travelled along Mohamed V Avenue. REUTERS/Zoubeir Souissi ORG XMIT: Z02
    Ambulância e policiais tunisianos nas ruas de Túnis após ataque a ônibus da guarda presidencial

    A explosão aconteceu enquanto o ônibus trafegava pela avenida Mohamed 5º, uma das principais de Túnis –lugar com vários hotéis e bancos e onde há grande trânsito de veículos e pedestres.

    Fontes do governo disseram que os membros da guarda estavam embarcando no ônibus para serem levados ao palácio da Presidência, que fica nos arredores da capital, quando ocorreu o ataque.

    Falando sob anonimato à agência de notícias Reuters, uma fonte presidencial disse que o mais provável é que um homem-bomba vestindo um cinto com explosivos tenha conseguido entrar no veículo.

    "Estava na Mohamed 5º me preparando para entrar no carro quando ouvi um enorme estrondo. Vi o ônibus explodir. Havia sangue e corpos por toda parte", disse à Reuters um passante que se identificou como Bassem Trifi.

    ATAQUES ANTERIORES

    Berço da Primavera Árabe, a Tunísia é apontada como o único país da região em que as revoltas contra ditadores "funcionaram", com eleições democráticas –diferentemente do Egito, onde o presidente eleito Mohamed Mursi foi deposto em 2013 pelos militares, ou da Síria, em guerra civil há mais de quatro anos.

    Em outubro do ano passado –quase quatro anos depois da derrubada do ditador Zine el Abidine Ben Ali, no começo de 2011–, Essebsi, 87, do partido laico Nidá Tunísia, foi eleito para a Presidência.

    Neste ano, o Prêmio Nobel da Paz foi entregue ao Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia, entidade que promove a democracia no país.

    Entretanto, a Tunísia tem sido alvo constante de atentados terroristas e é tida como um dos maiores fornecedores de radicais que combatem nas fileiras do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

    O mais recente ataque aconteceu em junho, quando um terrorista abriu fogo contra turistas numa praia e em hotéis de luxo da cidade de Sousse, deixando 38 mortos. O atentado foi reivindicado pela facção Estado Islâmico.

    Antes, em março, homens armados invadiram o Museu do Bardo, também na capital, e atiraram contra visitantes, matando 19 pessoas –na sua maioria, turistas– em ataque também reivindicado pelo EI.

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