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    EUA suspendem militares envolvidos em ataque a hospital afegão da MSF

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    25/11/2015 15h22 - Atualizado às 18h04

    O Exército americano anunciou nesta quarta-feira (25) a suspensão dos militares envolvidos diretamente no bombardeio a um hospital da ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) na cidade de Kunduz, no Afeganistão. Além disso, admitiu que a ação foi causada por um erro humano "trágico", afirmou o comandante das forças americanas no Afeganistão, John Campbell.

    O ataque, ocorrido em 3 de outubro, deixou 30 mortos, entre membros da ONG e pacientes.

    Apresentando as conclusões de uma investigação interna realizada pelo Pentágono sobre o incidente, Campbell indicou que o Exército ainda analisa as medidas disciplinares e administrativas às quais os envolvidos, agora suspensos, serão submetidos.

    O comandante garantiu que o bombardeio foi causado por um erro humano "trágico", devido a erros nos sistemas e nos procedimentos de atuação e que a equipe não tomou as medidas necessárias para verificar se atacavam um alvo militar legítimo.

    Segundo Campbell, os EUA adotarão medidas para que algo similar não ocorra no futuro.

    "Nenhuma nação faz mais para preveinir as baixas civis que os Estados Unidos", acrescentou.

    O relatório do Pentágono concluiu que os militares envolvidos no incidente não sabiam que o edifício atacado era um hospital operado pela MSF e que pensavam estar atacando um alvo diferente, situado a algumas centenas de metros, onde havia sido reportada a presença de combatentes do talebã.

    A cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, foi tomada por militantes no dia 28 de setembro, na maior vitória do grupo extremista islâmico desde 2001, quando foi deposto do poder pelos americanos, que invadiram o país.

    Com isso, os EUA realizavam bombardeios na área para ajudar as tropas leais a Cabul a retomar a cidade.

    MSF

    Christopher Stokes, diretor-geral da Médicos sem Froteiras afirmou que as informações apresentadas nesta quarta-feira pelos EUA sobre o bombardeio deixam a organização "com mais perguntas do que respostas".

    Strokes afirma ainda que é "chocante" que um ataque possa ser conduzido sem que as forças armadas americanas tivessem visão do alvo nem acesso a uma lista de locais que não deveriam ser atacados, e que disponham de um sistema de comunicação que funciona mal.

    "A destruição de uma instalação protegida sem que houvesse verificação do alvo –nesse caso, um hospital cheio de pessoal médico e pacientes em pleno funcionamento– não pode ser apenas categorizada como um erro humano individual ou como infrações das regras de engajamento norte-americanas", completou, antes de frisar que a MSF reitera seu pedido por uma investigação independente e imparcial do ataque ao hospital em Kunduz.

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