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    "Um país não é uma empresa", diz Cristina em recado a Macri

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    25/11/2015 16h35

    Em sua primeira aparição pública desde o resultado adverso na eleição do último domingo (22), a presidente Cristina Kirchner disse que não se governa um país como uma empresa, num aparente recado ao opositor Mauricio Macri.

    O político –que tem como uma de suas bandeiras a gestão eficiente e conquistou a simpatia de grande parte do empresariado–, que venceu nas urnas o candidato de Cristina, Daniel Scioli, assumirá a Presidência da Argentina no próximo dia 10 de dezembro.

    "Um país não é uma empresa: é uma nação formada por homens e mulheres que devem ter suas necessidades cobertas pelo Estado, e não [geridas] por um critério economicista. Um balanço de um país não se fecha em termos de ganhos e perdas, mas com quantos argentinos estão incluídos ou excluídos", afirmou Cristina.

    Enrique Marcarian/Reuters
    Cristina fala em hospital na província de Buenos Aires, na 1ª aparição após derrota de seu candidato
    Cristina fala em hospital na província de Buenos Aires, na 1ª aparição após derrota de seu candidato

    A presidente mandou outros recados a Macri e seus aliados. Lembrou a eleição na província de Tucumán, cujo resultado favorável ao peronista Juan Manzur foi questionado pelos adversários, que denunciaram fraude.

    "Fiquem tranquilos, não vamos fazer o que fizeram conosco", afirmou a presidente. "Jamais nos ocorreria fazer algo que afetasse a governabilidade e a convivência dos argentinos."

    "Inspira-nos um profundo valor pela pátria, queremos que a pátria vá bem. Não somos do exército do quanto pior, melhor", acrescentou a mandatária.

    Em seu primeiro discurso após a derrota, na inauguração de uma ala de pediatria em um hospital na Grande Buenos Aires, a presidente fez um balanço de sua gestão. Ela esteve acompanhada de seus ministros e de Scioli, que governa a província de Buenos Aires.

    Cristina enumerou conquistas dos 12 anos do kirchnerismo, como a retomada dos julgamentos de militares envolvidos em crimes da ditadura, os investimentos em ciência e tecnologia e os avanços sociais. "Protagonizamos o maior processo de mobilidade social de que se tem memória na Argentina."

    A presidente disse ainda que "sai pela mesma porta pela qual entrou" no governo e listou o que considera melhorias ocorridas entre 2003 (quando Néstor Kirchner assumiu a Presidência) e 2015.

    "Entramos nesta Casa Rosada sem indústria e saímos com um país com indústrias em marcha."

    Indicando que pretende manter-se ativa na política argentina, liderando a oposição, a presidente afirmou que "continuará ao lado dos argentinos, defendendo os seus direitos".

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