O líder do Partido Socialista de Portugal, António Costa, tomou posse nesta quinta (26) como novo premiê do país prometendo um governo de "atitude moderada" e criticando os resultados da gestão do antecessor, o centro-direitista Pedro Passos Coelho.
Após enumerar problemas como desemprego, empobrecimento e degradação dos serviços públicos, porém, o socialista elogiou o "empenho" do centro-direitista.
João Relvas/Efe | ||
Observado pelo presidente Cavaco Silva (à dir.), António Costa toma posse como premiê em Lisboa |
Costa foi nomeado primeiro-ministro na terça (24) pelo presidente Aníbal Cavaco Silva, que o encarregou de formar novo governo. Com o apoio dos comunistas e do Bloco de Esquerda radical, ele conseguiu costurar um acordo que lhe deu a maioria no Legislativo.
A aliança de Passos Coelho vencera as eleições parlamentares do dia 4 de outubro, mas não obtivera maioria absoluta, e seu novo governo caiu 12 dias depois da posse.
O centro-direitista, que governava Portugal desde 2011, implantou a austeridade exigida pela "troica" (FMI, União Europeia e Banco Central Europeu) em troca de resgate financeiro ao país.
Com o programa, que entre outras medidas elevou impostos, suspendeu feriados e cortou funcionários, Passos Coelho viu sua popularidade despencar.
A chegada de Costa ao poder, um ano depois da prisão do ex-premiê socialista José Sócrates –acusado de corrupção e libertado no mês passado–, despertou no mercado temores de que Portugal deixasse de cumprir seus compromissos internacionais.
Questionado por Cavaco Silva, o novo premiê afirmou ter condições de formar um "governo estável, que respeite os compromissos internacionais do país e permita aprovar o mais rápido possível um Orçamento para 2016".