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    Kirchneristas põem em votação aumento de gastos para Macri

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    26/11/2015 21h22

    Parlamentares kirchneristas prepararam uma saída que será indigesta para o novo presidente da Argentina, o opositor Mauricio Macri.

    Nesta quinta-feira (26), véspera de feriadão no país –o Dia da Soberania Nacional, adiado para sexta (27) por causa da eleição–, o presidente da Câmara dos Deputados, o kirchnerista Julián Dominguez, pôs na pauta de discussão quase 90 projetos de lei que implicam aumentos de gastos com que a próxima gestão terá de arcar.

    Maioria na casa, os deputados governistas conseguiram formar o quórum necessário –130 do total de 257 deputados– para aprovar medidas como a criação de uma estatal de exploração de carvão a ser controlada pela província de Santa Cruz, terra natal dos Kirchner.

    No único reduto que restou sob controle da família, a irmã do ex-presidente Néstor Kirchner (1950-2010), Alicia, foi eleita governadora.

    Somente a criação da estatal e um projeto de lei que prevê indenização para trabalhadores de empresas que foram privatizadas na década de 90 poderiam provocar um rombo de 6 bilhões de pesos (cerca de R$ 2,3 bilhões) para o futuro governo.

    Os parlamentares já informaram que pretendem seguir legislando até a véspera da posse de Macri, marcada para 10 de dezembro.

    Luciana Granovsky/Xinhua
    Marcos Peña, futuro chefe de gabinete de Macri, que acusa governo de promover 'transição clandestina'
    Marcos Peña, futuro chefe de gabinete de Macri, que acusa governo de promover 'transição clandestina'

    A transição não tem sido fácil para o novo presidente. Segundo ele contou à imprensa argentina, a presidente Cristina Kirchner se recusou a colaborar na troca de mando.

    O futuro chefe de gabinete de Macri, Marcos Peña, acusou o kirchnerismo de tentar fazer reuniões às escondidas. Em suas palavras, uma "transição clandestina".

    Em entrevista à TV argentina na quarta (25), Macri adiantou que pretende revisar todas as leis aprovadas pelo Parlamento no apagar das luzes do kirchnerismo.

    "A Câmara de Deputados deveria entender que já se elegeu um novo presidente e que não deveria seguir sancionando modificações que atendem ao status quo. Os argentinos elegeram a mudança", afirmou.

    DONOS DA CADEIRA

    O novo presidente também está pressionando funcionários kirchneristas com mandatos fixos a deixarem os seus cargos, mas ainda não obteve sucesso.

    O presidente do Banco Central argentino, Alejandro Vanoli, e a procuradora-geral Alejandra Gils Carbó têm mandatos até 2019.

    Macri quer que eles renunciem, assim como Martín Sabbatella, chefe da Afsca –Autoridade Federal de Serviços de Comunicação, órgão estatal que regula a mídia e é responsável por aplicar a lei que desmembra o Grupo Clarín, inimigo político de Cristina.

    "Eles se declararam militantes do kirchnerismo", disse o presidente eleito.

    "Não é válida essa atitude de 'não vou porque meu mandato dura mais tempo'. Nós vamos insistir –e vamos encontrar um caminho para colocar gente de minha confiança", acrescentou Macri.

    Pelas regras em vigor hoje, a remoção dos funcionários depende de aprovação no Senado, onde os aliados do presidente eleito serão minoria.

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