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    conferência do clima em paris

    Grupos protestam contra proibição de marcha pró-clima em Paris

    LUCAS NEVES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

    29/11/2015 12h26 - Atualizado às 21h37

    Manifestantes desafiaram a proibição de protestos e reuniões populares na França e foram reprimidos pela polícia no começo da tarde (fim da manhã no Brasil) deste domingo (29), na praça da República, no centro de Paris.

    As manifestações estão proibidas desde o estabelecimento do estado de emergência, proclamado pelo presidente François Hollande na sequência dos atentados do último dia 13.

    No sábado (28), 24 ativistas ambientais foram colocados sob prisão domiciliar pelo governo francês.

    A medida levou ao cancelamento da marcha convocada por ambientalistas para hoje, véspera da abertura da Conferência do Clima das Nações Unidas, COP-21. Delegações de 195 países mais a da União Europeia abrem nesta segunda-feira (30), em Paris, os debates sobre o futuro do clima da Terra.

    O ato teria a praça da República como ponto de partida e seguiria até a praça da Nação, tradicional percurso de manifestações parisienses.

    Mesmo assim, grupos e manifestantes avulsos ocupam a praça desde cedo com cartazes, faixas e adesivos com inscrições como "o estado de emergência é climático", "ecologista é diferente de terrorista" e mensagens anticapitalistas e de defesa do veganismo, por exemplo.

    CONFRONTO

    A polícia fechou todos os acessos à praça da República com cordões de agentes policias e viaturas.

    Por volta das 13h50 (10h50 do Brasil), um grupo de manifestantes percebeu que uma das vias estava liberada e avançou um quarteirão, até se deparar com a barreira policial formada na avenida da República.

    Os grupos eram formados principalmente por jovens, que entoavam o slogan "estado de emergência, estado de polícia, não vão nos tirar o direito de manifestar".

    Líderes desse pelotão ameaçaram abrir passagem pelos policiais, mas foram reprimidos por spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. Houve tumulto e gritaria e a situação só se acalmou depois de vinte minutos, quando o protesto recuou de volta até a praça da República.

    Mais cedo, entre a rua Oberkampf e a praça da Nação, manifestantes fizeram uma espécie de corrente humana na calçada - a formação passava diante da casa de shows Bataclan, onde morreram 89 pessoas nos atentados do último dia 13.

    No começo da manhã, ativistas cobriram quase um terço da praça da República com quatro toneladas de pares de sapatos, apontados para a praça da Nação, simbolizando a macha cancelada pelo estado de emergência.

    Segundo informações da imprensa francesa, havia ali doações do Papa Francisco, do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e da atriz Marion Cotillard que interpretou a Édith Piaf na cinebiografia da cantora, de 2008.

    MANIFESTANTES PRESOS

    A polícia anunciou que 289 pessoas foram detidas durante o confronto com a polícia e que 174 delas estão sob prisão temporária.

    O presidente François Hollande disse que as cenas de violência foram "escandalosas", tanto porque o confronto teve início por indivíduos isolados que não faziam parte dos ativistas ambientais, como porque a praça da República serve como memorial às vítimas dos atentados terroristas em Paris de 13 de novembro.

    Com agências internacionais

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