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    conferência do clima em paris

    Cúpula do clima começa em Paris com segurança redobrada

    LEANDRO COLON
    ENVIADO ESPECIAL A PARIS
    LUCAS NEVES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA EM PARIS

    30/11/2015 02h00

    A cidade de Paris está sitiada por soldados e policiais em um contexto jamais visto na história da França.

    Não foi pensando em estado de emergência e sob o temor de novos atentados terroristas que a capital francesa se preparou para ser a anfitriã, a partir desta segunda (30), da COP21, a conferência da ONU que debate o futuro climático do planeta e tenta busca fechar um acordo que freie a mudança climática.

    Além do forte frio, o que se sente nas ruas de Paris é apreensão quanto aos próximos 12 dias de encontro da comunidade internacional.

    Os atentados que mataram 130 pessoas em 13 de novembro transformaram o desejo de promover uma recepção histórica em uma enorme preocupação para as autoridades, sobretudo porque há suspeitos de envolvimento com aquela noite de terror ainda foragidos.

    A COP21 é considerada o maior encontro diplomático do país desde a Conferência da ONU de 1948 que resultou na Declaração Universal de Direitos Humanos.

    Cerca de 150 chefes de Estado e de governo são aguardados para a cerimônia de abertura nesta segunda, entre eles os presidentes americano, Barack Obama, e o russo, Vladimir Putin, que lideram ataques na Síria contra o Estado Islâmico, facção terrorista que reivindicou os atentados de Paris.

    Ambos sentarão à mesa com o anfitrião François Hollande, que também declarou guerra ao EI.

    "É uma chance para reafirmar nosso compromisso para proteger a população e nosso modo de vida da ameaça terrorista", escreveu Obama em uma rede social neste domingo (29).

    São 120 mil efetivos protegendo a França. Além de 8.300 policiais na fronteira, há contingentes em estações de metrô e ruas da capital.

    Ao todo, 11 mil foram escalados somente para a conferência, sendo 2.800 exclusivamente no espaço que a abriga, um parque de exposições em Le Bourget, subúrbio de Paris, que deve receber 40 mil pessoas.

    As catracas dos serviços de transporte público foram liberadas até esta noite, mas a polícia pediu que a população evite usá-los para não sobrecarregar os vagões, ao mesmo tempo em que as principais vias de acesso de carro estão bloqueadas.

    DILMA

    Grades e policiais cercavam, por exemplo, todo o quarteirão do Le Bristol, onde estão hospedadas a presidente Dilma Rousseff e outras delegações. Passaportes, malas e bolsas são checados nas esquinas do hotel.

    Dilma, que discursará no evento, teve um fim de semana reservado em Paris, com dois compromissos bilaterais de última hora com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, e o presidente da Bolívia, Evo Morales.

    A presidente prometeu dar entrevista coletiva após as reuniões oficiais.

    Foram deslocados 6.300 mil efetivos para vigiar embaixadas e hotéis que recebem os líderes mundiais.

    Estima-se a média de três policiais franceses para cuidar de cada chefe de Estado –no caso de Obama, por exemplo, o número é muito maior, obviamente, por causa do forte esquema próprio de segurança do americano.

    O clima de segurança tomou o lugar do ativismo e de festividades nas ruas da cidade pela COP21, abortado com a proibição de marchas previamente programadas.

    Mesmo assim, manifestantes tentaram furar a ordem e entraram em confronto com a polícia na praça da República.

    Protestos e marchas ocorreram também em cidades de outros países, entre elas Madri, Londres, Vancouver e Nova York e São Paulo, onde a chuva inibiu os ativistas.

    No sábado (28), 24 pessoas foram detidas na França sob as regras do "estado de emergência" pois, segundo o governo, planejavam um "protesto violento".

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