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    conferência do clima em paris

    Obama e Putin se encontram na COP21 e discutem derrubada de jato russo

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    30/11/2015 13h49 - Atualizado às 20h49

    Mikhail Klimentyev/Reuters
    Russian President Vladimir Putin (L) shakes hands with U.S. President Barack Obama as they meet during the World Climate Change Conference 2015 (COP21) at Le Bourget, near Paris, France, November 30, 2015. REUTERS/Mikhail Klimentyev/Sputnik/Kremlin ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. IT IS DISTRIBUTED, EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS. ORG XMIT: MOS10
    Putin (à esq.) cumprimenta Obama durante encontro bilateral na COP21, em Paris

    Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, conversaram brevemente nesta segunda-feira (30), em Paris, sobre a guerra na Síria e o episódio em que a Turquia derrubou um avião russo após alegar invasão de seu espaço aéreo.

    O encontro, de 30 minutos, ocorreu paralelamente aos eventos da COP21, conferência do clima das Nações Unidas.

    Segundo a Casa Branca, Obama pediu à Rússia que concentre sua ação na Síria para combater a milícia radical Estado Islâmico (EI) e reforçou a posição de que a resolução do conflito passa pela saída do ditador Bashar al-Assad, aliado de Moscou, do poder.

    Também foi abordado o episódio em que as Forças Armadas da Turquia derrubaram um avião russo, na semana passada. Segundo o governo de Ancara, o espaço aéreo do país foi invadido, o que Moscou nega.

    Os dois pilotos se ejetaram antes da derrubada. Um deles foi resgatado pelo regime sírio, aliado de Moscou, mas outro foi alvejado e morto por rebeldes envolvidos na guerra civil na Síria.

    O vice-conselheiro de Obama para assuntos de segurança nacional, Ben Rhodes, disse que, durante o encontro, o presidente americano expressou seu pesar pela morte do piloto russo, mas enfatizou a necessidade de Rússia e Turquia superarem o episódio para "evitar desdobramentos que impeçam o progresso que precisamos fazer juntos para resolver a situação na Síria".

    Segundo a Rhodes, Obama planeja se encontrar na terça (1º) com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para fazer o mesmo pedido.

    Em Bruxelas, onde se reuniu com o secretário-geral da Otan (aliança militar ocidental, da qual a Turquia é membro), o presidente Ahmet Davutoglu, disse que espera que Moscou reconsidere as sanções econômicas instituídas contra seu país, mas descartou qualquer pedido formal de desculpas.

    "Nenhum premiê ou presidente turco irá se desculpar por fazer o seu dever", disse.

    Arte: Derrubada do avião russo

    "A proteção do espaço aéreo turco, da fronteira turca, é um dever, e nosso Exército fez seu trabalho ao proteger esse espaço aéreo. Se os russos desejam conversar e prevenir qualquer outro evento futuro não intencional como esse, estamos à disposição."

    Segundo o embaixador americano na aliança militar, Douglas Lute, os EUA possuem informações que corroboram a versão turca, de que o avião russo teria invadido o espaço aéreo do país.

    TROCA DE FARPAS

    A jornalistas na COP21 Putin disse que a Turquia derrubou o avião militar russo para proteger rotas de tráfico de petróleo que o governo de Ancara compra do Estado Islâmico.

    "Recebemos mais informações que confirmam, infelizmente, que grandes quantidades de petróleo extraído de zonas sob controle do Estado Islâmico e de outras organizações terroristas estão entrando no território turco. A decisão de derrubar o avião foi feita especificamente para defender essas rotas."

    Além disso, o presidente russo afirmou que a "grande maioria" de seus colegas líderes de Estado compartilhavam a tese de que não havia necessidade de a Turquia ter derrubado um avião que não podia se defender nem oferecer ameaça.

    Na semana passada, a Rússia já havia feito a mesma denúncia, classificada de "calúnia" pelo presidente turco.

    Para Recep Tayyip Erdogan, as acusações carecem de provas. "Não é moral acusar a Turquia de comprar petróleo do EI. Se há provas, deveriam mostrá-las. E se for provado, sairei de meu cargo. E digo ao senhor Putin: E você? Ficará em seu cargo se não for?", disse em Paris.

    Na semana passada, Putin rejeitou o convite de Erdogan para conversar durante a conferência do clima sobre a derrubada do avião.

    EMISSÕES

    Em Paris, Putin afirmou que Moscou pode cortar suas emissões de gases do efeito-estufa em quase um terço nos próximos 15 anos, em comparação com as medições de 1990.

    A promessa de corte, no entanto, pode significar um aumento nas emissões, já que, devido à redução do tamanho da economia do país, o país polui muito menos do que a então União Soviética o fazia 25 anos atrás.

    O presidente russo disse também que um futuro acordo climático deve incluir compromissos tanto de países em desenvolvimento quanto das nações ricas.

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