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    Venezuelanos não vão trazer de volta os 'carrascos', diz chavista

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    01/12/2015 02h00

    Apesar das dificuldades da campanha governista, é impossível que os venezuelanos votem para trazer seus "carrascos" de volta à Assembleia Nacional, diz Jesús Faría, deputado e candidato à reeleição pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, chavista) por Caracas na eleição parlamentar de domingo (6).

    Membro da cúpula do PSUV e um dos principais ideólogos da sigla, Faría conversou com a Folha em recente comício na favela de Valle.

    Xinhua
    Presidente Nicolás Maduro durante discurso em evento de campanha em Caracas, Venezuela
    Presidente Nicolás Maduro durante discurso em evento de campanha em Caracas, Venezuela

    Ele minimizou pesquisas que preveem vitória opositora e disse que o governo precisa apoiar sua campanha na figura do ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013 após 14 anos no poder.

    *

    Folha - Como vai a campanha chavista?

    Jesús Faría – É uma campanha barra-pesada. O contexto ficou muito mais difícil por causa da queda do preço do petróleo e dos ataques de uma burguesia que quer desmoralizar o povo propagando ideias falsas e manipulações.

    Nosso partido está batalhando contra as mentiras da direita em todo o território nacional. Precisamos posicionar o comandante eterno Hugo Chávez no centro do debate.

    Como reage diante das pesquisas que preveem vitória da oposição?

    Essas pesquisas sempre existiram e sempre disseram que íamos perder. A única pesquisa válida é na hora de colocar o voto na urna. Existe um povo consciente, que não se rende e defende com garra, dignidade e patriotismo o legado do comandante Chávez.

    É impossível que um povo de trabalhadores dedicados, decentes e honestos vote a favor de seus carrascos do passado. Esses verdugos querem entregar o país aos inimigos e ao FMI (Fundo Monetário Internacional).

    O chavismo não faz nenhuma autocrítica?

    Claro que sim. Vejo duas falhas. A primeira é que não combatemos com suficiente força os especuladores e empresários que travam a guerra econômica contra o nosso povo. É preciso ser cada vez mais implacável contra essa gente que esconde produtos e manipula a economia para prejudicar a população.

    A segunda é um deficit na gestão pública. Precisamos consolidar e reforçar a revolução com mais poder popular e mais democracia comunal para continuar construindo novas bases sobre as ruínas do Estado burguês [pré-Chávez].

    Estamos aqui num evento no qual o senhor anunciou obras na precária rede de esgotos na favela de Valle. Por que não fizeram estas obras nos 16 anos de governo chavista?

    Esta obra faz parte da missão Bairro Novo Bairro Tricolor [programa social], que embeleza, revigora e reconstrói comunidades carentes. Estamos em constante processo de melhora da infraestrutura dos bairros.

    Mas a dívida social se acumulou tanto por culpa do descaso dos governos do século 20 que é impossível resolver os problemas em 15 anos.

    Os governos anteriores fizeram de tudo para impedir o desenvolvimento das comunidades e, agora, a direita quer tomar a Assembleia para para acabar com a construção de casas populares, os subsídios aos alimentos e os investimentos em esporte e cultura.

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