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    Macri viaja ao Brasil na sexta em meio a tensão sobre eleição na Venezuela

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    02/12/2015 11h42 - Atualizado às 12h17

    Em sua primeira viagem ao exterior como presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri visitará Dilma Rousseff em Brasília na sexta-feira (4), mas fará uma parada também em São Paulo, onde deverá se reunir com lideranças empresariais.

    Ao apresentar seu gabinete nesta quarta (2), em uma inusitada coletiva de imprensa no Jardim Botânico da capital, Buenos Aires, Macri disse que a viagem cumpre a promessa que fez durante a campanha e que demonstra a tentativa de aproximação entre os dois países.

    Raúl Ferrari - 24.nov.2015/Xinhua
    (151124) -- OLIVOS, noviembre 24, 2015 (Xinhua) -- El presidente electo de Argentina, Mauricio Macri (c), conversa con representantes de los medios de comunicación al término de su reunión con la presidenta de Argentina, Cristina Fernández, en la Quinta Presidencial de Olivos, en la ciudad de Olivos, a 20km de la ciudad de Buenos Aires, Argentina, el 24 de noviembre de 2015. De acuerdo con información de la prensa local, Mauricio Macri se reunió en privado con Cristina Fernández en la Quinta Presidencial de Olivos. (Xinhua/Raúl Ferrari/TELAM) (tl) (jp) (sp)
    O presidente eleito Mauricio Macri após encontro com a presidente Cristina Kirchner, no dia 24

    Como o ex-chefe de governo de Buenos Aires ainda não tomou posse –o que está marcado para o próximo dia 10– o encontro não terá as honras de uma visita de Estado. Será apenas uma reunião de trabalho entre Dilma, Macri e seus assessores.

    O argentino deve estar acompanhado de sua futura chanceler, Susana Malcorra, e Dilma deve convidar para o encontro os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Armando Monteiro (Desenvolvimento e Comércio Exterior), além do assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

    A facilitação comercial do bloco com a União Europeia e com a Aliança do Pacífico, defendida por Dilma e Macri, deve ser uma das pautas do encontro.

    Na mesma viagem, o presidente voa para o Chile, onde se encontrará com a presidente Michele Bachelet.

    "Será uma viagem intensa mas muito positiva. São dois países com quem temos relações importantes, que necessitamos cultivar", disse Macri. "Precisamos recuperar boas relações e respeito com todos os países da América Latina, dos quais sinto que também nos afastamos."

    O argentino arriscou algumas palavras em português –"tudo bem, tudo joia"– e disse que estava praticando o idioma para o encontro com Dilma. Mas a simpatia de Macri encontrará um primeiro assunto espinhoso pelo caminho, a ser tratado pelos dois presidentes: o tratamento prestado à Venezuela, que é integrante do Mercosul.

    Macri defendeu, já após a eleição, que o bloco deve acionar a cláusula democrática contra Caracas, devido à prisão de políticos opositores, o que poderia levar à suspensão da Venezuela do Mercosul.

    Mas Dilma, em sua passagem no início da semana por Paris, adiantou que não concorda com a sanção ao país vizinho, governado pelo presidente Nicolás Maduro.

    Apesar da discordância entre ambos sobre Caracas, Dilma vê a eleição de Macri como uma possibilidade de melhorar as relações bilaterais entre os dois países, com diminuição do protecionismo e fortalecimento do Mercosul.

    ELEIÇÃO NA VENEZUELA

    Marco Bello - 30.nov.2015/Reuters
    Venezuela's President Nicolas Maduro (R) forms a heart shape with his hands during a campaign rally with pro-government candidates for the upcoming parliamentary elections in Caracas, November 30, 2015. Venezuela will hold parliamentary elections on December 6. REUTERS/Marco Bello FOR EDITORIAL USE ONLY. NO RESALES. NO ARCHIVE. ORG XMIT: MAB103
    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante comício em Caracas na última segunda-feira (30)

    Nesta quarta, Susana Malcorra sugeriu que a decisão sobre a Venezuela está condicionada ao processo eleitoral no país, cuja votação ocorre no próximo domingo (6).

    "Parte do diálogo que teremos com o Brasil é avaliar como vai se desenvolver o resultado eleitoral nos próximos dias. Como se vai reagir a este resultado e como se vai instaurar uma transição, se for este o caso, de maneira democrática. Me parece que há múltiplas ferramentas e alternativas que temos que avaliar", disse Malcorra.

    "É evidente que o princípio é devolver a centralidade ao tema dos direitos humanos", acrescentou.

    Malcorra também disse que a Argentina buscará um diálogo com o Brasil sobre o tema, mas pretende também emitir sinais à Venezuela de que "as eleições do próximo domingo sejam tratadas dentro do marco democrático absoluto".

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