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    Macri compara situação do país com a do Boca Juniors

    MARIANA CARNEIRO
    DE BUENOS AIRES

    02/12/2015 23h19

    Ex-dirigente do Boca Juniors, o presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, comparou a situação atual do país com a que encontrou no popular time de futebol do país.

    Macri presidiu o Boca entre 1996 e 2008 e, sob sua gestão, a equipe conquistou 16 títulos.

    "Foi uma época maravilhosa da minha vida, da qual sempre me lembro. Começamos chorando, meu companheiro Ramón Díaz [ex-jogador e cartola do rival River Plate] ganhava todas de nós. Mas nos reencontramos e a vida nos deu uma revanche", disse Macri. "Creio que é similar ao desafio com o qual nos deparamos hoje no país."

    O político foi homenageado pelo atual presidente do Boca, Daniel Angelici, que Macri apoiou em sua primeira eleição para o comando do clube, em 2011, e que tenta a reeleição em votação no próximo domingo.

    David Fernández/Efe
    Macri (à esq.) exibe camisa 'presidencial' do Boca ao lado do presidente do clube, Daniel Angelici
    Macri (à esq.) exibe camisa 'presidencial' do Boca ao lado do presidente do clube, Daniel Angelici

    A política e o futebol se misturam na Argentina. Depois da invasão dos cartazes de candidatos a presidente, as paredes e os postes da parte sul da capital Buenos Aires –onde fica a Bombonera, estádio do Boca– estão tomados por cartazes de Angelici.

    O candidato, porém, defende um discurso que está na contramão do que sustentou Macri na Presidência. Diferentemente do futuro presidente, Angelici quer a continuidade.

    "Em 2011, Angelici não era ninguém e só venceu graças aos votos de Macri", disse à Folha Osvaldo Martinez, mais conhecido por Pebete, dirigente de uma das 15 correntes políticas que existem dentro do Boca Juniors.

    "Todos os torcedores do Boca votaram em Macri para presidente, ele fez muito pelo clube, deixou o Boca com superavit."

    Na arquibancada preparada para o evento, pouco mais de uma centena de ex-jogadores, ex-dirigentes e torcedores do Boca. Estavam na plateia o atual técnico do Boca, Vasco Arruabarrena, e quatro jogadores da equipe profissional. Carlos Tevez, a grande estrela do clube, não apareceu.

    Macri ganhou uma caneta que imita o bastão que recebem os presidentes em sua cerimônia de posse na Presidência da República, o que levou os presentes aos gritos e aplausos.

    "Seremos os torcedores do Boca os primeiros a te entregar o bastão presidencial", divertiu-se Angelici.

    Macri estava emocionado, sorriu, fez piadas com antigos companheiros do Boca e até lembrou seus "feitos" no gramado. O futuro presidente joga, até hoje, futebol semanalmente com os amigos.

    "O senhor Arruabarrena foi testemunha presencial de um pênalti maravilhoso. O goleiro se jogou e eu coloquei a bola bem perto da trave", disse ao microfone, tirando gargalhadas do público. "Não foi falta, mas para mim foi demais."

    CRISTINA

    A atual presidente, Cristina Kirchner, participou de mais um evento em tom de despedida. Ela inaugurou obras na antiga Escola Mecânica da Armada, um antigo centro de detenção da ditadura hoje convertido em museu.

    A retomada dos julgamentos de crimes cometidos pela repressão é uma das principais heranças que deixa Cristina.

    Em seu discurso, a presidente fez um alerta em tom de ameaça à classe média.

    "Em breve, muitos argentinos vão se inteirar de que eles também recebiam benefícios pagos pelo Estado", disse. "Acreditam que ascenderam por seus méritos próprios e não pela política que os acompanhou."

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