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    Caracas procurou Brasília após nota do Itamaraty criticar morte de opositor

    ISABEL FLECK
    DE SãO PAULO

    04/12/2015 02h00

    O governo venezuelano procurou o Brasil para prestar esclarecimentos sobre a resposta dada ao assassinato do dirigente do partido de oposição Ação Democrática (AD) Luis Manuel Díaz, em comício no dia 25 de novembro.

    Na última segunda (30), a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, telefonou para o colega Mauro Vieira, que estava em Paris com a presidente Dilma Rousseff na Conferência do Clima, para dizer que seu governo está investigando o caso.

    Ela ainda reforçou a posição oficial de seu governo de que se trata de um crime comum, e não político.

    Federico Parra - 26.nov.2015/AFP
    Familiares no funeral de Luis Manuel Díaz, líder local da oposição venezuelana, assassinado no dia 25
    Familiares no funeral de Luis Manuel Díaz, líder local da oposição venezuelana, assassinado no dia 25

    No dia seguinte ao assassinato, o presidente Nicolás Maduro declarou que as primeiras investigações sugeriam que a morte de Díaz teria sido um acerto de contas entre quadrilhas.

    Opositores atribuem o assassinato a grupos armados ligados ao governo chavista.

    O telefonema ao governo brasileiro veio depois de o Itamaraty subir o tom e divulgar uma nota condenando o incidente e lembrando que é "da responsabilidade das autoridades venezuelanas zelar para que o processo eleitoral (...) transcorra de forma limpa e pacífica".

    Nesta quinta (3), o ministério soltou outro comunicado, dizendo acompanhar "com atenção a etapa final da campanha, a realização e a apuração das eleições" legislativas de domingo (6).

    CARGO TÉCNICO

    O governo brasileiro enviará o cônsul-geral em Washington, Antonino Mena Gonçalves, para a missão da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) que acompanhará a eleição.

    Segundo a nota, ele será o assistente do chefe da missão, o ex-presidente dominicano Leonel Fernández. Ou seja: um cargo técnico.

    A designação veio após o mal-estar gerado por um veto velado de Caracas ao ex-ministro brasileiro Nelson Jobim como chefe da delegação. Ante a resistência do governo Maduro, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anunciou que não participaria da missão.

    O Itamaraty chegou a procurar ministros e especialistas que tivessem passado pelo TSE e possuíssem experiência em monitorar eleições, mas não teve sucesso.

    O governo brasileiro defende que, apesar de não ter conhecimento técnico sobre eleições, Mena Gonçalves conhece a região, tendo servido em Bolívia e Colômbia.

    Na nota desta quinta (3), o Itamaraty diz esperar que os observadores da Unasul "tenham a mais ampla possibilidade de atuação" e "possam contribuir para atestar a credibilidade do processo eleitoral e a legitimidade de seus resultados".

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