O impasse sobre a cerimônia de posse do presidente eleito Mauricio Macri está provocando dúvidas entre delegações estrangeiras que visitarão a Argentina especialmente para o evento.

Macri quer restabelecer a tradição de receber a faixa e o bastão presidenciais na Casa Rosada. Néstor e Cristina Kirchner foram empossados no Congresso, e os kirchneristas querem manter o ritual estabelecido desde então.

	Paulo Whitaker/Reuters
	O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, atravessa a av.Paulista antes de visitar a Fiesp

Até o momento, o governo argentino convidou as delegações apenas para o evento no Congresso, onde o eleito faz o juramento à Pátria em frente ao parlamento. Ainda não se sabe se haverá convites para a Casa Rosada.

Nesta sexta (4), o governo comunicou jornalistas estrangeiros que os chefes de Estado convidados serão recebidos para um almoço na chancelaria argentina, no Palácio San Martín, após o evento no Congresso.

A ida à Casa Rosada seria só na parte da tarde, possivelmente para as reuniões bilaterais. Mas nada de transmissão de mando, almoço ou cerimônia na sede do governo.

Em entrevista a meios de comunicação locais, nesta sexta (4), o chefe de governo da cidade de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, aliado de Macri, reclamou que o governo está distribuindo convites à revelia do novo presidente.

Ele assegurou que a cerimônia de posse será na Casa Rosada. "Desde a meia-noite de 10 de dezembro quem decide é ele [Macri]", disse Rodríguez Larreta, que classificou de "ridícula" a postura de Cristina.

"O que pode acontecer é ela não aparecer, tampouco se pode obrigá-la. A esta altura tudo pode acontecer", acrescentou.

Após encontro com Cristina, logo após a eleição de 22 de novembro, Macri disse que a presidente lhe confirmou que participaria da cerimônia e lhe passaria a faixa presidencial. Mas na ocasião não se falou sobre o local.