O ditador sírio, Bashar al-Assad, criticou neste domingo (6) os ataques aéreos do Reino Unido contra alvos do grupo radical Estado Islâmico no seu país.

Assad disse em entrevista ao jornal "Sunday Times" que a estratégia britânica para tentar conter o avanço da facção vai não apenas fracassar, como tornará a situação pior. "Você não pode cortar parte de um câncer. Você tem que extraí-lo. Este tipo de operação é como cortar parte do câncer. Isso vai fazer com que se espalhe pelo corpo mais rápido", afirmou.

Os parlamentares britânicos aprovaram na última quarta-feira (2) os bombardeios aéreos a alvos controlados pelo Estado Islâmico na Síria.

	8.fev.2015/AFP
	O ditador Bashar al-Assad, da Síria

Horas depois, a Força Real Britânica atingiu campos de petróleo que, segundo os britânicos, estão sendo usados para financiar os ataques terroristas a alvos no Ocidente. Uma segunda leva de ataques foi realizada na noite de sexta-feira (4), contra o campo de Omar.

Assad questionou ainda a afirmação do premiê britânico, David Cameron, de que há até 70 mil rebeldes apoiados pelo Ocidente na Síria que poderiam retomar o controle das áreas dominadas pelos terroristas, caso os ataques aéreos consigam enfraquecê-los.

"Este é um novo episódio de uma longa série da clássica farsa de David Cameron. Onde estão eles? Onde estão os 70 mil moderados dos quais ele fala? Não há 70 mil. Não há 7.000", disse o ditador sírio.

Cameron é um dos opositores do governo de Assad na Síria, onde uma guerra civil iniciada em 2011 devasta o país e serviu de abrigo para o crescimento das forças do Estado Islâmico. Em 2013, o premiê britânico não conseguiu aprovar no Parlamento bombardeios aéreos contra o EI no Iraque e na Síria, parte dos esforços de uma coalizão internacional liderada pelos EUA.

O britânico disse que os ataques aéreos sozinhos não serão a soulução para o conflito, mas assegurou que o Reino Unido tem uma estratégia de várias frentes para derrotar o EI e dar uma solução humanitária e política para a guerra síria.

INCIDENTE TERRORISTA

A polícia de Londres investiga como um ato de terrorismo o ataque deste sábado (5) em uma estação de metrô que deixou três feridos.

O autor do atentado, armado com uma faca, teria gritado "isso é pela Síria".