O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela retirou as credenciais de acompanhantes da eleição deste domingo (6) de seis ex-presidentes latino-americanos que acompanhavam a oposição ao presidente Nicolás Maduro.
Os punidos são os ex-mandatários Jorge Quiroga (Bolívia), Andrés Pastrana (Colômbia), Luis Alberto Lacalle (Uruguai), Laura Chinchilla (Costa Rica), Mireya Moscoso (Panamá) e Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica).
De acordo com a presidente do órgão eleitoral, Tibisay Lucena, eles violaram a lei eleitoral ao participarem de uma entrevista coletiva da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD).
Pela legislação do país, os acompanhantes estrangeiros são proibidos de darem declarações sobre o processo eleitoral venezuelano. Dos seis, Jorge Quiroga e Andrés Pastrana violaram a norma ao se pronunciarem na entrevista.
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Quiroga criticou os abusos do governo no dia da votação. "É lamentável que [o secretário-geral da OEA, Luis] Almagro expõe nesta carta toda a vantagem do governo e é triste ver como isto continua acontecendo no dia da eleição."
Já Pastrana expressou sua "preocupação pela censura que os meios de comunicação tiveram para não falarem" sobre os membros da oposição e pediu que o governo reconhecesse os resultados eleitorais.
Os três parabenizaram os venezuelanos pela ampla participação durante a eleição, segundo o jornal "El Nacional". Para Tibisay Lucena, as declarações dos ex-presidentes não correspondem ao clima de tranquilidade do pleito.
O presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, disse que pedirá a expulsão de todos. "Rejeitamos de forma contundente as declarações deles, que foram pouco amistosas, fora de lugar e de contexto."
Para ele, os líderes latinos vieram à Venezuela para fazer um jogo sujo. "Não serão esses senhores que vão sujar um processo eleitoral que ocorre sem problemas. É uma falta de respeito com o nosso povo."
REAÇÃO
Após ter suas credenciais retiradas, Quiroga voltou a violar a proibição em entrevista a jornalistas. "Esta é uma cortina de fumaça para prorrogar o horário de votação além do horário limite para desta forma intimidar testemunhas, para retirar a oposição das mesas e acertar medidas para reverter resultados não favoráveis."
Para Andrés Pastrana, a retirada de suas credenciais ocorreu porque ele cumpriu seu papel de observador. "Não são necessárias credenciais para defender a democracia."
O secretário-geral da coalizão opositora, Jesús Torrealba, disse que os ex-presidentes ficarão na Venezuela até quando for necessário. "O que isso quer dizer? Primeiro, que estão desesperados e segundo, que não foi suficiente para que eles ganhassem."