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    eleições nos eua

    Liderança nas pesquisas faz rivais e imprensa levarem Trump a sério

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK

    12/12/2015 02h00

    "Queria te perguntar algumas coisas sobre o Donald Trump", disse o apresentador Seth Meyers em entrevista a Hillary Clinton no programa "Late Night", na última quinta-feira (10). "Primeira pergunta: você já ouviu falar dele?", zombou.

    A pré-candidata democrata cortou Meyers. "Olha, preciso dizer uma coisa. Não acho mais engraçado. Ele foi longe demais."

    Mary Schwalm - 10.dez.2015/Reuters
    O pré-candidato republicano Donald Trump participa de um evento de campanha em New Hampshire
    O pré-candidato republicano Donald Trump participa de um evento de campanha em New Hampshire

    Três meses atrás, a postura era outra. Hillary embarcou num longo esquete do programa "Saturday Night Live" em que simulava falar com Trump ao telefone e riu quando o imitador do ex-apresentador de tevê perguntou "muro ou muro gigante?" como política de imigração.

    A mudança de tom se dá depois de o líder na disputa pela nomeação republicana defender, na segunda (7), barrar a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.

    Ao longo desta semana, a pré-candidata, que lidera com folga a corrida pela nomeação democrata, repetiu que a fala de Trump "não é apenas vergonhosa, é perigosa" e disse que ele incita "preconceito e paranoia".

    Uma das principais assessoras de Hillary, Huma Abedin distribuiu e-mail para apoiadores dizendo ser uma "muçulmana orgulhosa" e lamentou as frases."Infelizmente, Trump está inclinado ao tipo de medo do progresso que pode, muito bem, ajudá-lo a vencer a nomeação."

    Não é apenas a campanha de Hillary que parece ter começado a levá-lo mais a sério. Trump está em primeiro lugar nas intenções de voto há meses, com um breve intervalo em que o médico Ben Carson despontou, segundo algumas pesquisas.

    Faltando dois meses para o início das primárias, 70% dos eleitores com tendência a votar nos republicanos apostam que Trump será o candidato, e 66% deles concordam com a proibição à entrada de muçulmanos, segundo estudo do Rasmussen Reports divulgado nesta sexta.

    O site "Huffington Post" reverteu decisão de julho e voltou a noticiar Trump na seção de política. "Como o comentário depravado demonstrou, sua campanha se tornou outra coisa: uma força feia e perigosa na política americana. Então, não cobriremos mais sua campanha [na seção de] entretenimento. Mas isso não quer dizer que vamos tratá-la como normal", escreveu Ariana Huffington, dona do site.

    A Casa Branca defendeu, na terça-feira (8), que Trump "se desqualificou" como potencial candidato.

    O que ele disse é "moralmente repreensível" e "traz consequências para a nossa segurança nacional", afirmou o porta-voz da administração Obama, Josh Earnest.

    Outros republicanos engrossaram as críticas e, ironicamente, o bilionário voltou a ameaçar disputar a Presidência como independente.

    Ele cogitava a hipótese quando ainda era tratado como galhofa, mas em setembro assinou um termo prometendo não se candidatar fora do Partido Republicano. Se cumprir a ameaça, descumprirá a promessa feita a seus aliados do momento.

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